sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Constrangimento

A vida do torcedor do Grêmio não tem sido fácil nos últimos 12 anos. Depois do título da Copa do Brasil de 2001, o Grêmio não obteve mais nenhuma conquista de expressão e só ganhou três campeonatos gaúchos. Nesse período, o clube enfrentou, ainda, o seu segundo rebaixamento para a segunda divisão. Não bastasse isto, volta e meia a diretoria do clube, sejam quais forem os seus integrantes, comete erros patéticos, submetendo o torcedor ao escárnio dos rivais. A anunciada utilização do Olímpico para a realização de dois jogos do Campeonato Gaúcho se insere nesse contexto. O Gre-Nal do dia 2 de dezembro, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2012, foi anunciado como o derradeiro jogo do estádio. Houve intensa comoção pelo fato, com repercussão, até, no resultado de campo, pois o Grêmio, temeroso de perder o último Gre-Nal da história do Olímpico, jogou com excessivos cuidados defensivos, e empatou em 0 x 0, o que lhe custou a perda do vice-campeonato brasileiro e a classificação direta para a fase de grupos da Libertadores. Agora, sob a alegação de quer preservar o gramado da Arena para o jogo do dia 30 de janeiro, contra a LDU, pela Pré-Libertadores, o Grêmio irá jogar mais duas vezes no Olímpico. O fato é injustificável. Mesmo que o interesse seja preservar a grama da Arena para um jogo decisivo, o clube não poderia expor o seu torcedor dessa maneira. Ele foi feito de bobo e tornou-se alvo das gozações dos adversários. Trata-se de mais uma evidência de que a abertura da Arena foi feita de modo precipitado, mas isto só ocorreu porque o ex-presidente Paulo Odone queria ter a primazia de inaugurar o estádio, o que era mais que compreensível, já que foi o idealizador e construtor do mesmo. O erro esteve na falta de diálogo entre a diretoria que saía e a que foi eleita, que, dada a vaidade extremada e a inimizade entre Odone e Fábio Koff, não permitiu um entendimento entre as partes que evitasse todos estes transtornos. A verdade é que, até agora, a administração de Fábio Koff como presidente é uma rotunda decepção. Nenhum jogador de grande nível foi contratado e o clube tem pagado "micos" por desacertos administrativos. O único sentimento que a nova diretoria do Grêmio tem ensejado ao torcedor é um tremendo constrangimento.