sábado, 15 de maio de 2021

Voto impresso

Desesperado com as evidências de que vai ser derrotado nas eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tornou a levantar uma antiga bandeira. Voltou a defender a necessidade de implantação do voto impresso. Antes esporádicas, as manifestações de Bolsonaro nesse sentido se tornaram, praticamente, permanentes. A ideia de Bolsonaro é descabida. O ex-capitão alega que, assim, o voto se torna "auditável". Hoje, no Distrito Federal, chegou a afirmar que, sem o voto impresso o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva irá ganhar a eleição, pois ela seria fraudada. Essas colocações são absurdas. O sistema de urnas eletrônicas é um notável avanço brasileiro. Deve ser motivo de orgulho para todos os brasileiros. Ele permite que o resultado de uma eleição seja conhecido poucas horas depois do encerramento da votação. Não há nenhuma evidência de fraude nas eleições realizadas desde que o recurso foi instituído. Candidatos de todos os espectros ideológicos já venceram pleitos com urnas eletrônicas. Fazer o uso concomitante das urnas eletrônicas com o voto impresso, como quer Bolsonaro, seria um desperdício injustificável de recursos. Só mesmo mentes obliteradas, ou mal intencionadas, podem argumentar que se o sistema brasileiro de votação fosse bom seria adotado por muitos países. Cada país adota o sistema de votação que julga ser o mais adequado. O fato é que as urnas eletrônicas brasileiras são prâticas e confiáveis, e constituem o mais moderno e ágil sistema de votação do mundo. Surpreendentemente arcaico é o sistema americano, com seus votos de delegados por estado que, por vezes, não elegem o vencedor pelo escrutínio popular. Por saber que será derrotado, Bolsonaro quer alegar fraude na eleição para se negar a deixar o cargo, como tentou fazer Donald Trump nos Estados Unidos. Porém, assim como ocorreu com o ex-presidente americano, não terá êxito em seu propósito.