quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Temor inusitado

As Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, começarão amanhã, e, junto com elas, surge o temor inusitado de que, pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira fique de fora da maior competição do futebol mundial. São dez seleções na disputa, classificam-se para a Copa as quatro primeiras colocadas, e a quinta ainda vai para uma repescagem contra o representante da Oceania. Fica difícil imaginar que, nessas condições, a Seleção Brasileira não conseguisse obter sua classificação, mas, ainda assim, há quem tema essa possibilidade. Esse sentimento, mesmo que possa parecer exagerado, não surgiu do nada. Ele é fruto do choque proporcionado pela goleada de 7 x 1 que a Alemanha impôs à Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, e aos rumos adotados para a recuperação do futebol do país desde então. A volta de Dunga ao cargo de técnico da Seleção Brasileira foi um anticlímax para o torcedor. Dunga  já havia passado pelo posto, e não deixara saudade. A "bola da vez" era Tite, atual técnico do Corinthians, reconhecido pela maioria como o melhor do Brasil no momento. A Seleção Brasileira é um patrimônio moral e afetivo dos brasileiros que está se desgastando a cada dia. A identificação dos brasileiros com o que antes era um orgulho do país diminui progressivamente. Urge recuperar a Seleção como um ícone da identidade brasileira. Mais que bons resultados de campo, para isso é necessário uma condução transparente dos assuntos da equipe, e a escolha de um técnico que transmita confiança aos torcedores por seu currículo e capacidade, o que Dunga não possui. A Seleção deverá, de uma forma ou de outra, se classificar para a Copa do Mundo de 2018, mas o resgate de sua imagem é uma tarefa bem mais árdua, que demandará grande esforço, e não se fará num curto espaço de tempo.