sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Governo desastroso

O Rio Grande do Sul está vivendo, talvez, o pior governo de toda a sua história. O atual governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), há menos de dois meses no cargo, já conseguiu surpreender negativamente até os críticos mais moderados. Seu próprio partido considera seu desempenho, até o momento, decepcionante e, o mais espantoso, não acredita que ele possa melhorar. Não poderia haver notícia pior em se tratando de um governante cujo mandato só expirará em 1º de janeiro de 2019. Não há nada de positivo que parta de Sartori. Nas poucas vezes em que se posiciona ou faz alguma declaração, já que a inação é a sua principal característica, Sartori é, apenas, um portador de más notícias. Agora, o governador informa que, possivelmente, irá atrasar o pagamento de servidores. A alegação é a mesma de sempre, tão surrada quanto mentirosa, a da falta de recursos. "Se não há dinheiro, não se pode pagar", diz Sartori, cinicamente. O inepto governador tornou a declarar que tomará medidas impopulares, e, por isso mesmo, tem de aproveitar para tirar fotos com eleitores agora, pois, admite, daqui a seis meses, ninguém desejará fazê-lo. Todos já conhecem esse filme. Nada mais é do que a velha aplicação da "austeridade" como forma de governar, típica do neoliberalismo. Vende-se para a sociedade a ideia de que o Estado está "quebrado" e sem dinheiro, e, portanto, é preciso fazer cortes de gastos, que implicam em "sacrifícios" para a população. O combate à sonegação por parte das empresas, que seria um meio altamente eficiente de se obter recursos, nem é cogitado pelos arautos do "cinto apertado". Na verdade, o que governos como o de Sartori fazem é favorecer os interesses dos setores mais privilegiados da sociedade. Estes não podem sofrer "calotes", ainda que para pagá-los seja preciso tungar o bolso dos mais frágeis na escala social, ou seja, Sartori e outros de sua turma agem como um Robin Hood às avessas, que tiram dos pobres para dar aos ricos. Certamente, muitos do que elegeram Sartori já devem estar fortemente arrependidos. Deixaram-se levar pelas artimanhas da grande imprensa e negaram a reeleição a um político e intelectual brilhante, Tarso Genro, colocando em seu lugar um homem bronco e incapaz. Todos os habitantes do Rio Grande do Sul irão pagar o preço desse desatino, sofrendo, por longos quatro anos, os efeitos de um governo desastroso.