sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Projeto despótico

O presidente Jair Bolsonaro não se cansa de exibir sua truculência e desapreço pelos mais básicos conceitos de civilidade. Bolsonaro defende o armamento da população, é racista, machista, homofóbico e defensor da ditadura militar que tanto mal causou ao país. Para melhor defender suas ideias, Bolsonaro deixou o PSL, partido pelo qual se elegeu, para fundar a sua própria legenda, a Aliança pelo Brasil. O número escolhido por Bolsonaro para representar o partido, 38, não poderia ser mais representativo.  Afinal, esse é o número de calibre de revólver mais conhecido, sendo chamado, popularmente, de "trezoitão". Bolsonaro segue,  fazendo, portanto, sua exaltação da violência, incentivando o confronto entre "homens de bem" e "bandidos", em vez de propor a conciliação entre os brasileiros. O ex-capitão age assim por se sentir respaldado por um séquito de imbecis que, tomados por uma cegueira ideológica irracional, aceitam todas as suas atrocidades. O que mais espanta não é isso, pois a cooptação de grandes contingentes da população pelo fascismo é recorrente na história. O mais chocante é que um indivíduo tão incompetente e despreparado siga levando adiante o seu projeto despótico de poder com a complacência da imprensa e dos grandes grupos empresariais. Tomados por um antipetismo fóbico, esses setores ajudam a colocar o país num abismo ao dar sustentação a um presidente que, em apenas dez meses no cargo, já deu motivos de sobra para sofrer um processo de impeachment. A cada dia, novos protestos eclodem em países da América do Sul, insatisfeitos com seus governos neoliberais. Agora, foi a vez da Colômbia. O efeito cascata é evidente. Cedo ou tarde, o Brasil se somará a esses países. Como reagirá um governo que já se mostrou incapaz? Vai apelar para a repressão em massa? Não é possível fingir que o país vive uma normalidade democrática e esperar pelas urnas para mudar o atual quadro. O impeachment de Bolsonaro é a única saída para o Brasil.