segunda-feira, 9 de março de 2015

A derrocada do PP

A lista de políticos suspeitos de envolvimento no chamado "Petrolão" é formada por 34 deputados e ex-deputados e 12 senadores, de cinco partidos. O que chama a atenção é que, dos 46 citados, 32 são do Partido Progressista (PP), atual nome da antiga Arena, o partido de sustentação do regime militar. Numa época em que muitos evocam a volta do autoritarismo como solução para o país, o ocorrido com o PP é bastante revelador. Após o retorno do pluripartidarismo e, principalmente, com a redemocratização, o ex-partido governista foi, como era natural que acontecesse, perdendo expressão. Embora, no Rio Grande do Sul, ainda tenha representatividade, especialmente nos municípios menores, no plano nacional o PP já não é mais um grande partido. Agora, um dos parlamentares arrolados na lista, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) diz que não há dúvida de que o partido acabou. Em meio a tanta inquietação em função do "Petrolão", a derrocada do PP é uma boa notícia. A Arena, depois do regime militar, já adotou vários nomes, Partido Progressista é, apenas, mais um deles. O fato é que sua presença no cenário político brasileiro é um anacronismo que, talvez, a se confirmar a previsão de Jerônimo Goergen, esteja por acabar. Não deixa de ser irônico que, justamente no momento em que a extrema direita sai da toca para difundir teses golpistas e apresentar a volta dos militares ao poder como solução para "moralizar" o país, seja justamente o partido que deu sustentação à ditadura o mais envolvido no recebimento de propinas da Operação Lava-Jato. Como sempre, a direita foi pega pregando moral de cuecas.