terça-feira, 30 de novembro de 2021

As razões para o fim dos Beatles

Ao se assistir as três partes do documentário "Get Back", situações antes cercadas de dúvidas parecem ficar claras. As razões para o fim dos Beatles, por exemplo. A intrusão de Yoko Ono nos estúdios, embora gerasse incômodo em Paul, George e Ringo, não foi o motivo do rompimento. Como George deixa claro em determinado momento, o clima entre os Beatles começou a azedar com a morte, um ano e meio antes do período registrado no documentário, do empresário do grupo, Brian Epstein. Paul concordou, e acrescentou que, sem Epstein, os Beatles perderam a disciplina. Conforme Paul, mesmo quando ficavam contrariados, os Beatles acatavam as ordens de Epstein. Sem o empresário, o grupo ficou desorientado, sem saber para onde ir. Ao fazer essa observação, Paul reconheceu que estava tentando preencher esse vácuo, assumindo uma posição de liderança, mas sem se sentir respaldado pelos demais. O grupo estava precisando de agenda, disse Paul, deixando claro o peso da ausência de Epstein. A morte de Epstein levou os Beatles a um processo de desgaste, encaminhando-os para um rompimento. A pá de cal nesse processo foi a contratação de Allan Klein para ser o novo empresário do grupo. Klein tinha má reputação no meio, e fora despedido da mesma função pelos Rolling Stones. Porém John, George e Ringo se agradaram dele e o contrataram, contra a vontade de Paul, que queria que o sogro e o cunhado, ambos advogados, tomassem conta dos negócios dos Beatles. A partir daí, a ruptura tornou-se uma questão de tempo. A presença de Yoko incomodava, mas nào era suficiente para ser a causa da separação. A falta de um empresário que os mantivesse sob controle, como Epstein, e os mesquinhos interesses comerciais, dividiram os Beatles, e levaram o grupo a um fim tristemente precoce.