sexta-feira, 15 de julho de 2016

Liberalismo econômico

Numa palestra realizada recentemente num jantar com lideranças médicas gaúchas, promovido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega mostrou toda a perversidade do liberalismo económico. Mailson defende as mudanças na legislação trabalhista que o governo golpista de Michel Temer pretende implementar. Para o ex-ministro, tem que valer o contrato, pois o trabalhador não pode duvidar do seu poder de negociação. Mailson considera que a Justiça do Trabalho não reúne condições para criar regras. O que está por trás das palavras de Mailson é a busca da precarização do trabalho. Seu desejo é de que as garantias e conquistas trabalhistas sejam suprimidas, com patrões e empregados negociando diretamente, numa relação que é sabidamente desigual. O caradurismo de Mailson não parou por aí, e se estendeu para a área da saúde. Mais uma vez, ele critica a interferência da Justiça que, ao intervir na saúde, agrava a crise do país. Mailson afirma que nenhum país reúne condições de atender toda a sua população na área da saúde. Com um desempenho desastroso como ministro da Fazenda do governo do ex-presidente José Sarney, quando a inflação atingiu níveis estratosféricos, Mailson é tido como uma grande autoridade no campo econômico. Não mostrou competência quando exerceu o cargo de ministro, mas defende ideias que soam como música aos ouvidos da classe empresarial. Seus argumentos, envoltos em termos como austeridade, responsabilidade e outros semelhantes, apenas tenta encobrir a intenção de retroceder ao medievalismo nas relações de trabalho. Em relação á saúde, quer desobrigar o governo de cumprir o seu papel de prover o atendimento á toda a população, o que obriga a busca dos cidadãos por planos privados. Como se vê, o liberalismo econômico é socialmente cruel. Se essas ideias forem levadas à prática em breve, o Brasil estará caminhando para um retrocesso absurdo. Resistir é preciso.