domingo, 10 de maio de 2015

Goleada inesperada

O Inter parecia viver um conto de fadas. Tudo dava certo. As vitórias vinham quer o time colocado em campo fosse titular ou reserva, com boas ou más atuações. Se a possibilidade de um insucesso aparecesse de maneira mais nítida, providenciais "erros" de arbitragem resolviam o problema. Confiante de que atingira um estágio em que se tornara praticamente imbatível, o Inter estreou no Campeonato Brasileiro com um time descaracterizado, e sofreu uma goleada inesperada de 3 x 0 para o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, com direito, até mesmo, a um gol contra de Paulão. A ideia propalada por muitos de que o Inter possui dois times de igual qualidade para mandar a campo não resistiu ao primeiro jogo do Brasileirão. Para os incautos, isso se constitui numa surpresa. Para os observadores mais atentos, é um fato lógico. Afinal, fora do Campeonato Gaúcho, com seu reino encantado de uma federação presidida por um conselheiro do clube e um séquito de árbitros amigos, a realidade é muito diferente.

Tropeço angustiante

O Grêmio, em sua estreia no Campeonato Brasileiro, não conseguiu aliviar o sofrimento do seu torcedor. Pelo contrário, ampliou-o. Ao empatar em 3 x 3 com a Ponte Preta, na Arena, em jogo que inaugurou o horário das 11 horas no Brasileirão, depois de estar por duas vezes com a vitória parcial, o Grêmio começa a competição com um tropeço angustiante, capaz de instalar os piores temores em sua torcida, inclusive o do rebaixamento. Como aceitar que, diante de adversário tão modesto, o Grêmio termine o primeiro tempo de jogo vencendo por 1 x 0, amplie o placar no segundo, ceda o empate num espaço de apenas dois minutos, volte a ficar na frente do marcador, e leve um gol no último segundo da partida desperdiçando preciosos pontos que lhe farão muita falta no decorrer da disputa? Até mesmo o que deveria ser um fato animador, a atuação de Yuri Mamute, que marcou dois gols, é mais um motivo de desalento, pois o jogador irá se apresentar amanhã na Seleção Brasileira Sub-20, e deverá ficar cerca de 40 dias afastado do clube. Mais do que nunca, o Grêmio precisa de reforços em quantidade e qualidade, para poder reagir. O argumento da falta de recursos financeiros não pode ser definitivo. Se o clube cair, pela terceira vez, para a Segunda Divisão, aí sim sua situação financeira se tornará insustentável. Não é hora de desculpas esfarrapadas ou justificativas de qualquer ordem. A reação da diretoria do Grêmio precisa ser imediata. Não há tempo a perder.