quinta-feira, 7 de março de 2013

Provocação

A escolha de Marco Feliciano (PSC - SP) para ser o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados soa como um provocação à sociedade. Os políticos brasileiros parecem ter perdido, inteiramente, qualquer preocupação com a repercussão de suas decisões junto à imprensa e à opinião pública. As escolhas de Renan Calheiros (PMDB - AL) para presidente do Senado, e de Henrique Eduardo Alves (PMDB - RN) para o mesmo cargo na Câmara dos Deputados, evidenciaram a indiferença com que os políticos tratam a reação das pessoas aos seus atos. A indicação de Marco Feliciano, um pastor homófobo e racista, para presidir a Comissão de Direitos Humanos é mais uma demonstração nesse sentido. Como se não bastassem os seus "atributos" já referidos, Feliciano é também estelionatário, tendo recebido R$ 13.500 para a realização de dois cultos no Rio Grande do Sul, aos quais não compareceu. O Congresso Nacional isolou-se da população. Age, apenas, voltado para seus interesses corporativos, que incluem uma série de vantagens e mordomias. Em vez de ser uma caixa de ressonância dos anseios dos brasileiros, o Congresso Nacional virou as costas para o país, entregou-se aos desmandos e à corrupção, e só enxerga o que está em volta do próprio umbigo. Em qualquer outro país, esta postura por parte dos parlamentares já teria redundado em conflitos muito sérios. No Brasil, a leniência da maioria garantirá que este quadro de horrores permaneça inalterado por muito tempo ainda.