sábado, 28 de maio de 2011

O real e o imaginário

Já faz algum tempo que o Inter vive um conflito entre o real e o imaginário. Na visão de grande parte da imprensa e da quase totalidade de sua torcida, o Inter possui um grande time e um grupo de muito boa qualidade. A realidade, no entanto, teima em desmentir tais conceitos. Em 2010, o Inter, depois de ganhar a Libertadores, sem conseguir jogar bem, numa das mais fracas edições da competição em todos os tempos, fracassou no Brasileirão e foi eliminado ridiculamente do Mundial de Clubes pelo Mazembe. Até agora, em 2011, já foi desclassificado precocemente da Libertadores, dentro de casa, e ganhou o Campeonato Gaúcho nos tiros livres da marca do pênalti, após três jogos contra o Grêmio que, somados, resultaram num empate em 6 x 6. Começado o Campeonato Brasileiro, empatou fora de casa em 1 x 1 com um time inteiramente reserva do Santos e perdeu, em pleno Beira-Rio, para o Ceará, por 1 x 0. Foi a terceira derrota consecutiva do Inter no Beira-Rio. Até agora, não foi possível, perceber nenhuma contribuição positiva de Falcão como técnico. O título do Gauchão, da forma como foi obtido, não serve como atestado da capacidade do time. O Inter é um time lento, que troca passes em excesso, chuta pouco a gol e tem jogadores superados. Um desses jogadores, Bolívar, zagueiro lento e pesado, cometeu um pênalti que, mais uma vez, não foi marcado. Segue sendo um mistério, para mim, a razão pela qual os árbitros não marcam os pênaltis cometidos por Bolìvar. O fato é que, novamente, o Inter do gramado desmente as manchetes e as previsões. No papel,é um grande time. No campo, passa muito longe disso.

O melhor time do mundo

Não há mais qualquer dúvida: o Barcelona é o melhor time do mundo. No jogo de sábado, pela decisão da Liga dos Campeões da Europa, contra o Manchester United, o Barcelona sobrou em campo. Durante o jogo, teve 67% de posse de bola! Mesmo tendo sofrido o empate parcial por 1 x 1, sua vitória nunca esteve ameaçada. O bom time do Manchester United se viu impotente diante do poderio do adversário. Dá gosto ver o Barcelona jogar, Seu futebol é técnico, envolvente, encanta e seduz. Messi, mais uma vez, jogou uma enormidade e não podem existir mais quaisquer restrições ao seu futebol. Dizer que ele ainda precisa jogar bem pela Argentina ou, até mesmo, ganhar uma Copa do Mundo para provar sua qualidade, é manifestação de puro despeito. Messi jé merece ser inscrito na galeria dos grandes mitos do futebol mundial, como Pelé, Maradona, Garrincha, Di Stéfano, Cruyff, Puskas, Beckenbauer, Yashin. O time atual do Barcelona, por sua vez, também deve ser colocado entre os grandes de todos os tempos, numa relação que inclui o Santos de Pelé, o Real Madrid de Di Stéfano, o Ajax de Cruyff. Para quem queria assistir uma partida extremamente equilibrada e disputada, o jogo entre Manchester United x Barcelona foi frustrante. Para quem desejava se deliciar com um belo espetáculo, foi extremamente recompensador. O Barcelona está se encaminhando para uma longa hegemonia. Não parece provável que, num curto prazo, possa ser superado em qualidade por outro time. Foi campeão de forma incontestável.