segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Gangorra

O futebol do Rio Grande do Sul cultiva a imagem da gangorra, isto é, se um dos seus grandes clubes está em cima, o outro deverá ficar embaixo. São raros os momentos em que ambos se encontram em boa fase, embora algumas vezes os dois estivessem, simultaneamente, num período ruim. Agora, ao que parece, a gangorra se estabeleceu de novo. Com a vitória sobre o São Paulo por 1 x 0, no Morumbi, o Grêmio subiu do quarto lugar para o segundo, no Campeonato Brasileiro. O Inter, ao perder para o Cruzeiro, por 2 x 1, no Estádio do Vale, caiu do quinto para o sétimo lugar. A diferença entre os dois clubes já é de oito pontos. Se antes, os sucessivos empates, somados com os tropeços de outros clubes, mantinham o Inter em quinto lugar, as três derrotas consecutivas para Bahia, Portuguesa e Cruzeiro, o fizeram cair na tabela, e, caso venha a sofrer novos tropeços, poderá ser superado por vários concorrentes que estão no seu encalço. Enquanto, no Grêmio, o técnico Renato está, cada vez mais, fortalecido pelos bons resultados, a despeito do futebol modesto do time e de ter barrado estrelas como Elano e Zé Roberto, no Inter, Dunga está enfraquecido. Os resultados pioram, em vez de melhorar, o técnico não consegue definir um time, as atuações são pífias, a impaciência da torcida cresce. A diretoria continua declarando que Dunga está firme no cargo, mas ninguém se mantém nessa condição diante de uma sucessão de derrotas. Resta saber qual será o jogo limite para Dunga. Pode até ser o próximo, contra o Vasco, em Macaé (RJ). Como o Vasco está, há várias rodadas, na zona de rebaixamento, uma derrota do Inter, que seria a quarta consecutiva no Brasileirão, poderia determinar, enfim, a queda de Dunga. O fato é que, na rodada do fim de semana, quase tudo deu certo para o Grêmio, à exceção da vitória do Cruzeiro, que fez com que o clube mineiro abrisse uma vantagem de 11 pontos sobre ele. Para o Inter, afora a própria derrota, resultados paralelos o desfavoreceram. No futebol, tudo pode mudar rapidamente, mas, hoje, quase tudo beneficia o Grêmio. A volta do Inter aos jogos no estádio Francisco Stédile, em Caxias do Sul, não parece capaz de representar algum tipo de vantagem. O fim de ano, no Rio Grande do Sul, começa a ser pintado com as cores do Grêmio.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Salvo por um gol

O Inter empatou em 1 x 1, ontem, com o Atlético Paranaense, no Estádio do Vale, pela Copa do Brasil. Aos cinco minutos do primeiro tempo, o Atlético já vencia por 1 x 0. Incrivelmente, o Inter só chegou ao campo de ataque aos sete minutos! Durante todo o primeiro tempo, houve ampla superioridade do Atlético, que perdeu um gol feito e poderia ter goleado. No segundo tempo, o técnico do Inter, Dunga, partiu para o tudo ou nada, retirando Josimar e colocando Otavinho. Substituiu, também, o ineficiente Leandro Damião por Scocco. As trocas deram maior poder ofensivo ao Inter, que partiu para o "abafa", conseguindo criar as chances de gol que não apareceram no primeiro tempo. Ainda assim foi muito mais uma pressão natural de quem está perdendo e precisa reagir do que uma produção resultante de uma boa estruturação tática. O Atlético, contudo, conseguia resistir ao ímpeto do Inter, e só sofreu o gol de empate, numa falha incrível do zagueiro Manoel, que até ali fazia grande partida, depois que já tivera um jogador expulso. Mais tarde, o árbitro expulsou mais um jogador do Atlético. O empate com gols foi excelente para o clube paranaense, que decidirá a classificação em casa, mas a vitória era o resultado mais justo e praticamente definiria o confronto. O gol de Otavinho, aos 43 minutos do segundo tempo, acabou salvando o emprego de Dunga. Afinal, se o Inter perdesse o terceiro jogo seguido, e estivesse virtualmente eliminado da Copa do Brasil, sua situação seria insustentável. O empate, nas circunstâncias em que foi obtido, lhe deu uma sobrevida. Resta saber por quanto tempo, pois, domingo, o Inter joga contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, novamente no Estádio do Vale. O time do Inter estará desfalcado de D'Alessandro, Índio e Juan, e o Cruzeiro virá completo. Levando em conta o momento dos dois times, mesmo com o Inter jogando em casa, não se pode afastar a hipótese, até mesmo, de uma vitória do Cruzeiro por um placar elástico.O gol de ontem manteve o técnico do Inter no cargo, mas sem sair da corda bamba.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Resultado lógico

O Grêmio empatou com o Corinthians em 0 x 0, hoje, no Pacaembu, pela Copa do Brasil. Um resultado lógico, já que o Corinthians tem o segundo pior ataque do Campeonato Brasileiro, e a melhor defesa, e o Grêmio é um time que chuta pouco ao gol. Nesse aspecto, o do poder ofensivo, o técnico do Grêmio, Renato, até surpreendeu. Impossibilitado de escalar três zagueiros, como é da sua preferência, pois teria, para isso, de lançar o garoto Rafael Thiere, que ainda não jogou pelos profissionais, Renato colocou o Grêmio em campo no 4-3-3, com Vargas, Kléber e Barcos juntos no ataque. Isso, no entanto, pouco adiantou. Kléber é desarmado sucessivamente pela defesa adversária devido à sua crônica falta de velocidade, e Barcos continua muito mal, afastando-se em demasia da área e tendo dificuldade, até mesmo, para dominar a bola. O melhor dos três foi Vargas, que infernizou o lado direito da defesa do Corinthians, deu bons passes para seus companheiros, que foram desperdiçados, e foi o responsável pela maior chance de gol do Grêmio no jogo, batendo uma falta que exigiu uma grande defesa do goleiro Cássio. .A saída de Vargas, por sinal, aos 33 minutos do segundo tempo, substituído por Paulinho, foi totalmente incompreensível. A partir dela, o Grêmio perdeu a retenção de bola no ataque, e passou a ceder terreno, perigosamente para o Corinthians. Porém, o resultado, em si, não deixou de ser bom. Mesmo que o Grêmio seja obrigado a vencer o segundo jogo, pois um novo 0 x 0 levará a decisão da classificação para os tiros livres da marca do pênalti, e qualquer empate com gols beneficiará o Corinthians, o fato de não ter perdido e de a próxima partida ser na Arena, lhe dão um certo favoritismo. Pena que, por culpa de um calendário esdrúxulo, o segundo jogo seja só daqui a um mês. Até lá, o Grêmio tem de somar o maior número possível de pontos no Brasileirão para consolidar-se nas primeiras posições da competição.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Antes tarde do que nunca

O calendário do futebol brasileiro é uma excrecência. Os clubes não conseguem fazer uma pré-temporada adequada e jogam incessantemente duas vezes por semana, o que, praticamente, não permite a realização de treinos. Se, por algum motivo, um jogo é adiado, é ainda pior, pois será recuperado próximo a realização de outras partidas, numa maratona impossível de ser suportada. Recentemente, o Inter teve de jogar quatro partidas pelo Campeonato Brasileiro em apenas oito dias! Isso é um descalabro. A consequência é que, com tantas partidas, o nível técnico do espetáculo despenca, os jogadores são acometidos por lesões, o torcedor se afasta por não ter condição financeira de assistir tantos jogos. Agora, antes tarde do que nunca, apareceu quem se rebele contra essa situação. Os jogadores de futebol brasileiros manifestaram, por parte de alguns de seus nomes mais significativos, sua inconformidade com o calendário de 2014 anunciado pela CBF. Ele torna ainda pior o que já foi ruim em 2013, impedindo que os clubes cumpram com as férias regulares e possam fazer uma pré-temporada. Como principais interessados no assunto, afinal são eles que entram em campo, os jogadores querem se reunir com a CBF para discutir a questão. O problema do calendário do futebol brasileiro reside, fundamentalmente, na insistência da disputa dos campeonatos estaduais, um tipo de competição totalmente anacrônica e defasada. São campeonatos de baixíssimo nível técnico e com excessiva duração. Por causa deles, o Brasileirão, que, em si, é um excelente produto, é disputado em apenas sete meses. Seus congêneres europeus são disputados por nove meses, o que garante a reserva dos meios de semana, apenas, para outras competições. Imediatamente após a nota expedida pelos jogadores expondo sua contrariedade com o calendário, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, atacou a mesma e disse que não há hipótese da fórmula do Campeonato Gaúcho do ano que vem ser alterada. Não é de espantar. Noveletto é um dos grandes responsáveis por esse quadro caótico, pois são as federações, que votam para eleger o presidente da CBF, que dão sustentação a esse quadro lamentável. Noveletto sonha em ser o próximo presidente da CBF, e conta com o apoio explícito de alguns cronistas locais. Um deles chega a caracterizar o trabalho de Noveletto na FGF como excelente, ignorando o fracasso técnico e financeiro do Gauchão. O mesmo cronista, aliás, também era um fã entusiasmado de Carlos Simon, o árbitro dos "erros" mais absurdos e escandalosos da história do futebol brasileiro. Em comum, os três torcem pelo mesmo clube, do qual Noveletto, inclusive, é conselheiro. Menos mal que o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, manifestou apoio a posição dos jogadores. Está mais do que na hora de se fazer alguma coisa para que se tenha um calendário racional no futebol brasileiro. Os jogadores deram o primeiro passo. Tomara que sua iniciativa consiga resultados concretos.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Opiniões variáveis

A chamada "grande imprensa" é muito curiosa nas suas análises. Seus conceitos são muito flexíveis, variando conforme os personagens envolvidos. Vejamos o caso do continuísmo político. A imprensa conservadora vocifera quando governantes de esquerda cumprem sucessivos mandatos, ainda que isso resulte da decisão soberana dos eleitores. Para justificar sua contrariedade, tais veículos de comunicação denunciam que o êxito eleitoral, nesses casos, se dá pela perseguição à "imprensa independente" (eufemismo para o jornalismo de direita) e à oposição, uso da máquina do governo, adoção de medidas populistas, entre outros fatores. Se o continuísmo for de um político liberal, no entanto, a análise muda inteiramente de tom. Isso ficou comprovado, mais uma vez, com a conquista da primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel, de um terceiro mandato sucessivo. Ângela Merkel é uma política de linha conservadora, e comanda a maior economia da Europa. Em todas as apreciações feitas sobre ela, antes e depois das eleições, foi brindada pela grande imprensa brasileira com fartos elogios à sua competência, firmeza nas decisões, defesa dos princípios liberais, seus estilo avesso ao populismo. A mesma imprensa também derramou-se em considerações elogiosas aos onze anos em que a execrável Margareth Thatcher foi primeira-ministra da Inglaterra, nada vendo de inconveniente em tão larga permanência no poder, período que ela utilizou para agredir os interesses da massa trabalhadora e favorecer as elites, sem contar sua explícita amizade com o ditador sanguinário do Chile, Augusto Pinochet. São os mesmos veículos de imprensa que não disfarçavam sua simpatia por boçais como os ex-presidentes dos Estados Unidos, Ronald Reagan e George Walker Bush. Os mesmos veículos, também, que nada viram demais quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comprou 200 parlamentares para aprovar, em benefício próprio, o instituto da reeleição, nunca adotado antes no país, obtendo, assim, um segundo mandato consecutivo, mas que denunciavam, histericamente, que Luís Inácio Lula da Silva faria o mesmo para ter um terceiro período seguido no cargo, o que acabou não se confirmando. Portanto, daqui por diante, o público deve ficar atento para essas diferenciações. Se um político de esquerda ficar por mais de um mandato no cargo, isso é "continuísmo", se for de direita é "estabilidade democrática". Pobre opinião pública brasileira, que tem de se servir de uma imprensa tão facciosa.

domingo, 22 de setembro de 2013

Crise agravada

O Inter perdeu por 1 x 0 para a Portuguesa, no Estádio do Vale, pelo Campeonato Brasileiro. Nos dois últimos jogos do Inter, foram duas derrotas. Ambas para adversários que lutam, apenas, para não serem rebaixados. O que espanta no Inter é a sua falta de reação anímica. O time foi indolente contra o Bahia no primeiro tempo, cresceu de produção no segundo, mas acabou derrotado. Incrivelmente, hoje, quando jogava em casa, precisando urgentemente marcar pontos para se aproximar da zona de classificação para a Libertadores, o Inter voltou a ser um time sem vibração, que permitiu que o jogo fosse se arrastando num 0 x 0 que só interessava ao seu adversário, e acabou perdendo a partida, depois de ter ficado com um homem a menos, após a expulsão de Índio. O próximo jogo do Inter é contra o Cruzeiro, líder absoluto do Brasileirão, novamente no Estádio do Vale, o que não quer dizer muita coisa, pois não tem colhido bons resultados no local. Para tornar o quadro ainda pior, o Inter não contará, afora Índio, com Aírton, Juan e D'Alessandro, sua principal estrela, que receberam o terceiro cartão amarelo. O técnico do Inter, Dunga, parece perdido. Não consegue definir um time e altera a escalação titular de um jogo para o outro. A diretoria nega, com declarações patéticas e alienadas, que o Inter esteja em crise, e diz que o técnico está garantido em seu cargo. Na verdade, o Inter já estava em crise, e a derrota para a Portuguesa agravou-a ainda mais. Em relação a Dunga, sabe-se que os técnicos dependem de resultados, e com ele não será diferente. Novidades impactantes poderão ocorrer no Inter, muito em breve.

sábado, 21 de setembro de 2013

Erro imperdoável

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Vitória, hoje, no Barradão, pelo Campeonato Brasileiro.Muito poderia ser dito sobre o jogo, mas um fato se sobrepõe a qualquer outro: o absurdo impedimento marcado aos 36 minutos do primeiro tempo, anulando um gol legítimo do Grêmio. Tem razão o gerente de futebol do Grêmio, Rui Costa, quando disse que, dessa vez, não iria analisar qualquer fator técnico ou tático ocorrido no jogo, mas iria tratar, apenas, da arbitragem. O "erro" de arbitragem foi imperdoável, inaceitável, intolerável, indesculpável. Ele prejudicou de modo decisivo o Grêmio num momento em que o Brasileirão caminha para a definição. Como bem lembrou Rui Costa, pode não ser coincidência que, depois da enorme gritaria no centro do país pela marcação de um pênalti em favor do Grêmio contra a Portuguesa, tenha acontecido o fato de hoje. Sim, eu poderia analisar vários aspectos técnicos e táticos do jogo, principalmente o incrível total de 101 passes errados na partida. Porém, sempre tive a convicção de que o resultado de um jogo só pode ser considerado injusto quando ele for determinado diretamente pela ação da arbitragem. Foi o que aconteceu em Grêmio x Vitória. O "erro" de arbitragem se põe acima de qualquer outro fator. Em linguagem bem direta, o Grêmio foi roubado no Barradão.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Mais um 20 de setembro

Hoje é dia 20 de setembro. No Rio Grande do Sul, é feriado, pois comemora-se a Revolução Farroupilha. Trata-se de uma das comemorações mais excêntricas de que se tem notícia. Afinal, a referida revolução, depois de 10 anos de refregas, terminou derrotada. Foi um movimento separatista organizado por estancieiros inconformados com a elevação, por parte do governo imperial, das taxas cobradas sobre o charque, principal produto da economia gaúcha da época. A chamada República Rio-Grandense, portanto, teve uma existência muito curta. Outro fato que deve ser ressaltado é que a capital do Estado, Porto Alegre, e Rio Grande, seu único porto marítimo, rechaçaram todas as tentativas dos revolucionários de ocupá-las. A república gaúcha, em sua breve duração, teve várias capitais, em municípios que, ainda hoje, possuem pouca expressão demográfica e econômica. Depois de 10 anos, os revolucionários entraram em acordo com o Império, pondo fim ao movimento separatista. Uma história que ainda ficou manchada, em seu final, pelo massacre de Porongos, onde os negros escravos que lutaram junto com os farroupilhas foram por eles traídos e entregues ao ataque das forças imperiais. Nada disso impediu que, em torno do episódio farroupilha se criasse toda uma apologia que só faz crescer. A exaltação á "Guerra dos Farrapos", que sempre foi grande, ao ponto da bandeira da extinta república ter sido adotada como pavilhão do Rio Grande do Sul, aumentou ainda mais a partir do surgimento do chamado movimento tradicionalista, encabeçado, entre outros, por Barbosa Lessa e Paixão Cortes, que faz uma defesa apaixonada do que seriam as "raízes culturais" do Estado. O movimento tradicionalista é tentacular, está em todos os lugares. Seu marketing é agressivo e coercitivo, tentando impingir a todos as suas "verdades" e valores. Tornou-se tão forte que ninguém se dispõe a bater com ele de frente. Governantes e meios de comunicação cedem às suas imposições, ajudando a propagar a mentira histórica que faz de um movimento elitista de senhores proprietários de terra uma "revolução" e que ignora a derrota final transformando-o num feito a ser exaltado ao longo do tempo. Muitos são os que sabem ser tudo uma grande empulhação, mas poucos os que se encorajam a enfrentar a colossal máquina de propaganda dos defensores do gauchismo. Assim, a cada ano, são mais atividades, desfiles, programas de televisão e reportagens de jornais tonitruando as façanhas farroupilhas. Em tudo isso, uma grande vítima agoniza diante de todos: a verdade. Ela, no entanto, não serve aos interesses dos que faturam com a ideologia "gaudéria". Todos os que ousam tentar ir, publicamente, na direção contrária, são logo abatidos pela poder de fogo dos tradicionalistas, que querem fazer crer que quem não lê pela sua cartilha não é gaúcho e deve, então, abandonar os "pagos" e cantar em outra freguesia. Nada pode ser mais fascista do que isso.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O retorno da crise

O Inter perdeu por 2 x 0 para o Bahia, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. O time teve uma atuação muito fraca, especialmente no primeiro tempo. Nem mesmo as quatro bolas na trave ao longo da partida servem como atenuante. O desempenho do time foi decepcionante, determinando a derrota para um adversário limitadíssimo. O primeiro tempo foi de baixíssimo nível técnico. O Bahia não mostrava nenhum poder ofensivo, e errava muitos passes. No segundo tempo, o Bahia voltou mais animado, e abriu o placar. Só então o Inter reagiu e foi para cima, criando várias oportunidades de gol, mas desperdiçando todas. Foi preciso, portanto, que o Inter sofresse um gol para que resolvesse atacar com insistência. Porém, o gol não aconteceu, e, no final do jogo, o Bahia ampliou o placar para 2 x 0. A crise do Inter, que parecia ter sido debelada com a vitória sobre o Criciúma, voltou com toda a força, e a torcida já pede, abertamente, a saída do técnico Dunga. Os próximos dias do Inter serão de grande turbulência.

Desilusão

O Grêmio empatou em 1 x  1 com o Santos, ontem, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Em dois jogos seguidos em casa o Grêmio só obteve um ponto dos seis disputados. O torcedor, contudo, não foi pego de surpresa. Apenas 13 mil pessoas compareceram ao jogo, público de Campeonato Gaúcho. A derrota para o Atlético Mineiro e o afastamento da possibilidade de ganhar o título do Brasileirão já haviam desiludido a torcida. O futebol mostrado pelo time foi decepcionante. A atuação do Grêmio no primeiro tempo foi tão fraca que o atacante Kléber, após o jogo, disse que o time parecia estar "passeando no shopping". O segundo tempo começou no mesmo diapasão, até que, aos 26 minutos, o técnico do Grêmio, Renato, trocou Zé Roberto por Vargas. Um minuto depois, Vargas, em grande jogada, passou para Elano marcar um golaço. A substituição pareceu ter destravado o Grêmio que ganhou em velocidade com Vargas, e se tornou um time mais insinuante. A impressão era de que, após a enorme dificuldade em fazer o primeiro gol, o Grêmio ampliaria o placar. Isso não aconteceu. Estranhamente, o Grêmio se encolheu, na busca de garantir o resultado, permitiu o avanço do Santos e sofreu o empate. Um péssimo resultado, que afasta o clube, definitivamente, da busca pelo título, e ameaça, até mesmo, a classificação para a Libertadores.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Grande filme

O filme "Rush - No Limite da Emoção" entrou em cartaz na sexta-feira passada. Retrata a disputa acirrada pelo título do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 1976 entre os pilotos James Hunt e Niki Lauda. Merecidamente, vem recebendo uma série de elogios. Para quem é mais jovem, e não conhecia esse período da Fórmula 1, a história retratada no filme, por certo, se revelará fascinante. Para quem como eu, sempre acompanhou as corridas da categoria, e era um adolescente na época, é uma deliciosa rememoração. Parece que foi ontem, mas lá se vão 37 anos! Uma disputa emocionante, entre dois pilotos de perfis antagônicos, mas ambos brilhantes, e marcada por um acidente que quase tirou a vida de Lauda. A fidelidade do filme aos detalhes da história enfocada é primorosa, e passa pela escolha dos dois protagonistas, cuja semelhança física com os verdadeiros Hunt e Lauda é impressionante. Algumas imagens das corridas de 1976 são colocadas em meio às encenadas no filme, enriquecendo o aspecto informativo da obra. O ponto alto do filme, é claro é o acidente de Niki Lauda no Grande Prêmio da Alemanha, em que ele quase morreu. Lauda sofreu gravíssimas queimaduras, que lhe deformaram o rosto para sempre. O mais incrível é que, apenas 42 dias depois, ele estava de volta ás corridas. No período em que Lauda esteve ausente, James Hunt aproveitou para acumular vitórias e pontos. Mesmo ficando fora de vários grandes prêmios, Lauda retornou ainda em condições de ser campeão. Tão espantoso quanto a sua volta em tempo recorde, é o fato de ter obtido o 4º lugar na corrida. Lauda, que buscava o bicampeonato, só não ficou com o título porque, no último grande prêmio do ano, o do Japão, abandonou a prova, por vontade própria, em razão da chuva intensa que caía. Ainda assim, por pouco não foi campeão. Hunt conquistou o título ao conseguir, com extremo esforço, chegar em 3º lugar. Se Hunt chegasse abaixo dessa colocação, Lauda seria o campeão. Ao retratar a emocionante disputa entre os dois nas pistas, e mostrar detalhes de suas vidas pessoais, o filme agrada em cheio ao espectador. Recomendo que, quem puder, vá vê-lo. Com certeza, não irá se arrepender.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A insistência de Serra

José Serra é um político que já exerceu diversos cargos, foi prefeito, governador, ministro da Saúde. Seu grande sonho, porém, é ser presidente. Nada há de errado nisso, é uma aspiração legítima. O problema é que esse é um desejo que, para se concretizar, precisa da concordância do eleitor. Na sua primeira tentativa de se eleger presidente, em 2002, Serra foi derrotado por Luís Inácio Lula da Silva. Em 2006, Lula reelegeu-se, mas concorrendo contra outro candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Porém, em 2010, oito anos depois da primeira tentativa, e, nesse interregno, tendo sido prefeito e governador de São Paulo, Serra voltou a concorrer ao cargo, e perdeu novamente, dessa vez para Dilma Roussef. Apenas dois anos se passaram e, em 2012, voltou a participar de uma eleição, para prefeito de São Paulo, e perdeu para Fernando Haddad. Em todas estas eleições, numa prova da polarização política que se estabeleceu no Brasil, a disputa se deu entre Serra, pelo PSDB, e um candidato do PT. José Serra perdeu todas. Mesmo assim, ele não desiste, embora as evidências de que sua hora já passou. Ele poderá argumentar em contrário, dizendo que Lula, antes de se eleger presidente pela primeira vez, perdeu em três oportunidades, ou ainda, que Fernando Henrique Cardoso foi derrotado por Jânio Quadros numa eleição para prefeito de São Paulo, e isso não o impediu, mais tarde, de se tornar presidente. Porém, há diferenças entre essas situações. O PT, mesmo com três derrotas consecutivas, jamais cogitou lançar outro candiadto que não fosse Lula. Fernando Henrique, depois da derrota para Jânio, foi o ministro da Fazenda que conduziu o Plano Real, o que lhe trouxe grande prestígio. Serra insiste em que o PSDB faça prévias para escolher seu candidato a presidente, mas parece óbvio que o partido já optou pelo senador Aécio Neves. O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, não deixa dúvidas quanto a isso. Ele diz, em entrevista ás páginas amarelas da edição dessa semana da revista "Veja": "O partido deveria ganhar tempo e pôr logo a campanha na rua em vez de se perder em disputas internas. Aécio Neves já conquistou a base e as lideranças do PSDB, Chegou a vez dele". A colunista da revista "Época", Ruth de Aquino, acha que o PSDB deveria transformar Serra, definitivamente, num quadro na parede. Serra deveria poupar sua biografia política de um desfecho tão constrangedor e sair de cena por decisão própria, antes de ser rejeitado publicamente.

domingo, 15 de setembro de 2013

Frustração

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Atlético Mineiro, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um resultado extremamente frustrante para o clube e sua torcida, por várias razões. Em primeiro lugar, por ocorrer no dia em que o Grêmio comemorou 110 anos de fundação, uma data muito expressiva. Depois, pelo fato de ser derrotado pelo time no qual joga Ronaldinho, o maior desafeto do torcedor do Grêmio. Por fim, porque essa derrota deixa o Grêmio muito atrasado em relação ao dois primeiros colocados do Brasileirão, Cruzeiro e Botafogo, diminuindo suas chances de ser campeão. Sobrou poder de marcação  e empenho ao Grêmio, mas faltou criatividade e maior ímpeto ofensivo. O ataque do Grêmio conclui pouco durante os jogos, isso já se tornou um problema crônico. Vargas e Barcos não jogaram bem, e o chileno perdeu dois gols feitos na sequência do mesmo lance. Logo a seguir, o Atlético Mineiro, que praticamente não atacava, fez o seu gol. Um duro golpe para os mais de 36 mil torcedores que compareceram ao jogo. O Grêmio, agora, jogará quarta-feira, contra o Santos, novamente na Arena, uma partida que terá de vencer, obrigatoriamente, se ainda quiser sonhar com o título. No dia do seu aniversário, o Grêmio não ganhou o presente que mais desejava, a vitória.

Cumprindo com o dever

O Inter ganhou do Criciúma por 1 x 0, hoje à tarde, no Heriberto Hülse, pelo Campeonato Brasileiro. Não foi uma vitória com futebol brilhante, mas isso não importa. O essencial era vencer, e o Inter conseguiu. Mesmo com os seus vários tropeços anteriores, o Inter está em 5º lugar no Brasileirão, a um ponto do 4º colocado, pois os resultados paralelos lhe tem sido muito favoráveis. O próximo jogo do Inter será contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, um time que vem em queda, depois de um bom início de competição. Ótima oportunidade para obter mais uma vitória e continuar almejando as primeiras colocações. Os próximos dias do Inter deverão ser tranquilos, depois de algumas turbulências em função de um princípio de crise.

Cento e dez anos de glórias

O Grêmio completa, hoje, 110 anos de fundação. Sua história é repleta de glórias e feitos pioneiros. Foi o primeiro clube de Porto Alegre a conquistar o título de campeão gaúcho, em 1921, quando a competição recém alcançava a sua terceira edição. Venceu o primeiro Gre-Nal da história, em 1909, por 10 x 0, placar jamais superado na história do clássico. Foi o primeiro clube do Rio Grande do Sul a ganhar a Taça Libertadores da América e o Campeonato Mundial de Clubes, em 1983. Tornou a ganhar a Libertadores em 1995. Possui dois títulos de campeão brasileiro. Junto com o Cruzeiro, é o recordista de conquistas da Copa do Brasil, que já venceu por quatro vezes. Foi campeão, também, da Recopa Sul-Americana. No total, ganhou 36 campeonatos gaúchos. Em 1931, disputou o primeiro jogo de futebol noturno do Rio Grande do Sul. Em 1950, foi o primeiro clube fora do Rio de Janeiro a jogar no Maracanã, quando venceu o Flamengo por 3 x 1. Em 1959, goleou o Boca Juniors por 4 x 1, em plena Bombonera, com todos os gols marcados por Gessy Lima, um dos maiores craques do clube em todos os tempos. Muitas das glórias do Grêmio foram conquistadas na casa dos adversários, tendo um estádio inteiro contra si, como foi o caso do Campeonato Brasileiro de 1981, ganho contra o São Paulo, no Morumbi, a Libertadores de 1995, enfrentando o Nacional (COL), em Medellin, e as Copas do Brasil de 1997, no Maracanã, e 2001, no Morumbi, tendo por adversários, respectivamente, o Flamengo e o Corinthians.. Hoje, o Grêmio tem mais de 7 milhões de torcedores, o que faz dele o 6º clube mais popular do Brasil, e o primeiro fora do eixo Rio-São Paulo. Completar 110 anos é para poucos. São raras as pessoas que alcançam tão provecta idade. Empresas vitoriosas, dos mais diversos ramos, soçobram antes de atingir tal marca. Uma existência longa e vitoriosa, digna de todos os aplausos. Parabéns, Grêmio!

sábado, 14 de setembro de 2013

Embargos infringentes

O assunto está em todas as rodas, despertando reações. A decisão a ser anunciada, na próxima quarta-feira, sobre o acolhimento, ou não, dos chamados embargos infringentes no julgamento dos réus do mensalão. Não há dúvida de que o mensalão existiu e a prova está é que, em julgamento realizado em 2012, vários réus foram condenados. Porém, como o regimento interno do Supremo Tribunal Federal prevê a apresentação de embargos infringentes quando o réu obtém pelo menos quatro votos a favor de sua absolvição, e 12 dos 25 condenados se encaixam nesse perfil, eles poderão ter penas reduzidas ou não cumpri-las em regime fechado. A situação é extremamente controvertida. Ela envolve o embate entre a aplicação do Direito ao pé da letra e o clamor das ruas pelo fim da impunidade. A votação sobre o acolhimento dos embargos infringentes está empatada, até agora. Foram cinco votos a favor e outros tantos contra o acolhimento. Caberá ao decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, o voto de desempate. Na verdade, a questão já poderia ter sido decidida. A postergação do voto de Celso de Mello foi uma manobra do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que encerrou a sessão antes que se desse a definição. A intenção de Barbosa, que votou contra a aceitação dos embargos,  foi fazer com que o período de uma semana entre uma e outra sessão, influenciasse a decisão de Celso de Mello, devido ás pressões da opinião pública. A revista "Veja", que é contra o acolhimento, resume a questão na capa da sua edição que chegou hoje às bancas, afirmando ser uma decisão entre a tecnicalidade e a impunidade. Eis o dilema. Se os embargos forem acolhidos, a impressão que ficará é a de que, mais uma vez, assou-se uma imensa pizza para beneficiar criminosos de colarinho branco. Se eles forem rejeitados, muitos juristas e operadores do Direito poderão dizer que se tratou de uma decisão emocional, não sustentada pelas previsões e textos legais. Celso de Mello está numa sinuca, pois, quando do julgamento do mensalão, votou pela condenação dos réus, mas, por outro lado, também em 2012, manifestou-se em favor da aplicação dos embargos. Caso decida pelo acolhimento, portanto, Celso de Mello estaria revertendo o próprio voto condenatório que deu quando do julgamento do mensalão. Particularmente, entendo que será o que fará Celso de Mello, desempatando em favor da aceitação dos embargos. A repercussão junto à sociedade será péssima, pois, na prática, significará um prolongamento quase indefinido do julgamento do mensalão, com a consequente sensação de impunidade. A respeito disso, o ministro Luís Roberto Barroso, que votou a favor dos embargos, declarou: "Ninguém deseja o prolongamento dessa ação. Mas é para isso que existe a Constituição: para que o direito de onze não seja atropelado pelo interesse de milhões". A chave da questão talvez esteja nas palavras da ministra Rosa Weber, que também votou em favor do acolhimento. Sobre os embargos, afirmou ela: "Ainda que se trate de recurso arcaico, anacrônico ou contraproducente, entendo que a técnica jurídica não autoriza a concluir pela sua revogação". Ai está o cerne da questão, a "técnica jurídica". Ministros do Supremo Tribunal Federal, em princípio, são pessoas de notável saber jurídico, e é nele que se escoram para tomarem suas decisões, a despeito delas convergirem ou não com o senso comum. Por outro lado, como bem colocou o ministro Marco Aurélio Melo, que votou contra a aceitação dos embargos, o Supremo cresceu junto aos cidadãos, numa época em que as instituições estão fragilizadas, mas está a um voto de perder essa condição, o que, conforme observou, transfere uma enorme carga de responsabilidade para Celso de Mello. Ainda faltam quatro dias para a revelação do voto de desempate, mas, tudo indica, irá prevalecer a técnica jurídica sobre o clamor das ruas.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Relíquia

Há alguns dias, escrevi sobre o novo disco de Paul McCartney que será lançado em outubro. Mesmo tendo ultrapassado os 70 anos de idade, ele e Ringo Starr, os beatles ainda vivos, não se contentam em revisitar os muitos sucessos de suas longas carreiras, e lançam novos trabalhos regularmente, em intervalos que não costumam superar dois anos. Porém, paralelamente, preciosidades dos Beatles continuam chegando, para deleite dos fãs, mesmo depois de 43 anos da dissolução do grupo. Em novembro será lançado "On Air - Live at the BBC 2", o segundo volume das gravações dos Beatles na emissora britânica. A exemplo do primeiro volume, será um CD duplo. Desta vez, no entanto, haverá, também, cópias em vinil, formato que, decididamente, voltou à moda, num total de quatro discos. Chama a atenção, contudo, a distância no tempo entre um e outro, de 19 anos, já que "Live at BBC" foi lançado em 1994. Seja como for, todo e qualquer novo material ou compilação do célebre quarteto sempre será recebido entusiasticamente pelos fãs e pode e deve ser objeto de interesse também dos muito jovens e ainda não familiarizados com a obra do grupo. São gravações do começo da carreira dos Beatles, com todo o vigor da sua juventude, e ainda interpretando muitos covers de artistas que os precederam, e a quem admiravam, como Chuck Berry, Carl Perkins, entre outros. Com trabalhos inéditos de Paul e Ringo, ou com preciosidades de arquivo como "The Early Takes - Vol.1", de George Harrison, lançado em 2012, e "On the Air - Live at the BBC 2", os fãs do maior grupo musical de todos os tempos tem sempre novidades ou relíquias para se deliciarem. Porque a paixão pelos Beatles nunca acaba, nem sequer esmorece.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Crise

O Inter empatou com o Vitória em 2 x 2, hoje, no Estádio do Vale, pelo Campeonato Brasileiro. Foi mais um tropeço para quem esperava fazer nove pontos contra Santos, Vitória e Criciúma. Agora, desse total projetado, o máximo que poderá ser alcançado serão quatro pontos, menos da metade. Isso, na hipótese de uma vitória contra o Criciúma, fora de casa. Ainda que não venha a ser admitido, o Inter já vive uma crise. Durante o jogo, a torcida chamou o técnico Dunga de burro. Terminado o jogo, uma intensa vaia se fez ouvir no estádio. O jogador Williams foi hostilizado. As redes sociais foram tomadas pelos protestos dos torcedores. Tanto após a partida contra o Santos, como hoje, torcedores ouvidos pelas rádios reclamavam dos pífios resultados de um grupo com uma folha de pagamentos altíssima, e pedem mais vontade para os jogadores. Só mesmo a eterna benevolência da imprensa esportiva do Rio Grande do Sul para com o Inter pode levar a um mascaramento da crise. Como tem acontecido nos últimos anos, o Inter é referido como um time muito bom, com um grupo qualificado, e sério candidato ao título brasileiro. Na realidade dos gramados, fora das manchetes generosas, conquistou apenas 13 pontos dos últimos 30 disputados. Só um torcedor tomado pelo fanatismo pode imaginar que o Inter ainda tenha alguma chance de ser campeão. Mesmo uma classificação para a Libertadores é algo difícil de ser alcançado. A desculpa oficial já foi apresentada há algum tempo, e seu maior propagador é Dunga. Ela justifica os maus resultados pelo fato de que o Inter não joga no Beira-Rio em 2013. Conforme Dunga, o Inter joga todas as partidas fora de casa. O que ninguém explica é porque, em 2012, quando jogava em seu estádio, o Inter ficou em 10º lugar. Há quem especule que, se o Inter não ganhar o próximo jogo, Dunga cairá. Seja como for, com Dunga ou com outro técnico, as perspectivas do Inter no Brasileirão são, a cada dia, mais modestas.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Vitória esperada

O Grêmio venceu o Náutico por 2 x 0, hoje, na Arena Pernambuco, pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória que apenas confirmou o que todos esperavam. Não se podia imaginar um tropeço do Grêmio nesse jogo, mesmo que o Náutico viesse de um empate com o Corinthians, no Pacaembu. Não foi preciso o Grêmio jogar uma grande partida para vencer. Ainda assim, sua superioridade foi flagrante. Os gols aconteceram um em cada tempo de jogo. O primeiro, com Barcos cobrando um pênalti sofrido por Kléber. O segundo, um golaço de Paulinho, em grande jogada de Máxi Rodriguez. Vários foram os destaques individuais do Grêmio, mas, curiosamente, eles não incluem os jogadores mais badalados do time. A dupla de ataque, Kléber e Barcos, mais uma vez, teve uma atuação modesta, e Zé Roberto esteve burocrático e improdutivo. O grande nome do jogo foi Wendel, que fazia sua estreia no Grêmio, que teve um desempenho notável. Gabriel foi uma barreira intransponível na zaga, Souza jogou como em seus melhores tempos. Máxi Rodriguez e Paulinho, que entraram no segundo tempo, também foram muito bem. Pena, para o Grêmio, que Cruzeiro e Botafogo também ganharam, o que não lhe permitiu subir de posição, mantendo-se em 3º lugar. Agora, o Grêmio, no domingo, terá uma partida com potencial para lotar a Arena. O adversário será o Atlético Mineiro, com Ronaldinho, no dia em que o Grêmio estará completando 110 anos. A lamentar, apenas, o horário do jogo, às 18h30min. O ideal seria às 16h. Foram 21 pontos ganhos pelo Grêmio nos últimos 24 disputados no Brasileirão. Uma grande campanha de um time que continua sendo desdenhado por grande parte da imprensa. A mesma imprensa que insiste em proclamar qualidades em quem, comparativamente, obteve 11 pontos dos últimos 24 disputados.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vitória em teste mais forte

A Seleção Brasileira venceu Portugal por 3 x 1, de virada, em Boston, em jogo amistoso. Foi uma partida em que a Seleção foi bem mais exigida do que contra a Austrália, ainda que Portugal não contasse com o seu maior astro, Cristiano Ronaldo. Uma falha bisonha de Maicon fez com que a Seleção saísse atrás no placar. Porém, mesmo com outras falhas defensivas que quase proporcionaram mais gols para Portugal, a Seleção soube vencer com autoridade. Neymar fez um golaço e teve atuação destacada, fazendo jus a sua condição de nome mais ilustre da equipe. A Seleção, como um todo, jogou bem, e o próprio Maicon não se abalou com seu erro e cumpriu uma boa atuação. O que chama a atenção na Seleção sob o comando do técnico Felipão, é que ela disputa os amistosos com a mesma aplicação de um jogo valendo pontos, diferentemente do que ocorria nos tempos de Mano Menezes. O estilo de Felipão, tão bem sucedido em sua primeira passagem pela Seleção, parece estar dando certo, de novo, como a conquista do título da Copa das Confederações já havia demonstrado.

Tropeço inesperado

O Inter perdeu por 2 x 1 para o Santos, hoje, no Estádio do Vale, pelo Campeonato Brasileiro. Com as duas vitórias seguidas que obteve, depois de sete jogos sem ganhar, o Inter fez com que muitos apostassem numa retomada dentro do Brasileirão, já que grande parte da imprensa está convicta de que seu grupo de jogadores é muito qualificado e capaz de brigar pelo título. Não faltou quem exaltasse o fato de que as duas vitórias, somadas com os seis empates anteriores, davam ao Inter uma invencibilidade de oito partidas. Houve também quem entendesse que, com jogos contra Santos, Vitória e Criciúma, o Inter tinha tudo para obter mais três vitórias em sequência. Porém, já no início dessa série, as previsões não se cumpriram. O Santos veio muito desfalcado para o jogo contra o Inter. Seu meio de campo, por exemplo, só tinha um titular, Cícero. Jogadores de destaque, como Arouca, Montillo, Neílton e Gabriel, ficaram de fora da partida. Isso não impediu, contudo, que, diante de um Inter quase completo, o Santos se impusesse. Se é verdade que o Inter perdeu muitos gols, e o goleiro Aranha praticou grandes defesas, o Santos soube jogar com muita inteligência, e explorou eficientemente os contra-ataques. Após levar o gol, depois de ter aberto 2 x 0 no placar, o Santos sofreu grande pressão do Inter, mas defendeu-se com muita garra e aplicação. Foram três pontos ganhos com méritos, que fizeram o Santos subir na tabela e poder sonhar com um segundo turno bem melhor, até porque ainda tem mais um jogo atrasado pelo primeiro turno, a exemplo do de hoje, contra o Náutico, o que traz a perspectiva concreta da conquista de mais uma vitória. Por outro lado, o Inter continua jogando mais nas análises da imprensa do que dentro de campo. Entre o time teórico, de uma propalada grande qualidade, e o real, que acumula resultados insatisfatórios, continua existindo um abismo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Uma história que se repete

Talvez os muito jovens não saibam de quem se trata, mas, nos anos 90, Suzana Alves, a "Tiazinha", excitava a libido do público masculino com sua participação em um programa de televisão apresentado por Luciano Huck, na Rede Bandeirantes. Morena, com um corpo muito bonito, usando pouca roupa e sempre com uma máscara sobre os olhos, Tiazinha tornou-se um sucesso fulgurante, e Suzana Alves, entre outras coisas, posou nua para uma revista masculina. Suzana Alves dividia os holofotes do programa com Joana Prado, a "Feiticeira". Loira,de formas mais voluptuosas que as de Tiazinha, a Feiticeira estava sempre com um véu a lhe cobrir parcialmente o rosto. A exemplo de Suzana, Joana também foi catapultada para a fama. Porém, o tempo passa, e o futuro acaba não se mostrando igual para todos. A repercussão da atração levou Luciano Huck para a Rede Globo, onde, há mais de 10 anos, comanda um programa de auditório nas tardes de sábado. Ele está rico, casado com a não menos famosa apresentadora Angélica, e é pai de três filhos. Joana Prado, talvez sabedora de o quanto a fama pode ser efêmera, casou-se com o lutador Vítor Belfort, abandonando o "show-business" e dedicando-se as tarefas de esposa e mãe. Suzana Alves, por sua vez, andava esquecida, mas, soube-se agora, tornou-se evangélica e tem dado depoimentos aos fiéis sobre a sua vida e conversão. Não é um fato original, mas, sim, uma história que se repete. Sem desfazer da fé de ninguém, chama a atenção o número de pessoas que, tendo atingido, de certa forma, o estrelato, entram em crise por não conseguir sustentar a fama, retornando ao ostracismo. Uma coisa é ser permanentemente anônimo, como a maioria dos habitantes do mundo, outra é saborear a fama e se ver relegado, posteriormente, ao esquecimento. A religião é, quase sempre, o galho salvador ao qual ex-celebridades se agarram para conviver com sua nova condição. A fama só é sustentável, ao longo do tempo, se estiver escorada por um talento indiscutível. Se ela vier em consequência de atributos físicos ou da criação de uma caracterização como um personagem, sua duração tende a ser breve. Afinal, os atributos físicos se deterioram com o tempo, e os personagens, passada a novidade, cansam o público e são substituídos por outros na sua preferência. Joana Prado encontrou logo o seu caminho alternativo na vida conjugal e familiar. Suzana Alves, pelo visto, está a procura do seu "plano b", e a religião, mais uma vez, apareceu como solução.

domingo, 8 de setembro de 2013

Destempero

A imprensa esportiva brasileira sempre se caracterizou pela parcialidade e pelo bairrismo. Os jornalistas esportivos, em nome da defesa dos clubes com os quais se identificam, ou do futebol dos seus estados, deixam de lado o senso crítico e a isenção. Isso ficou comprovado, mais uma vez, com a polêmica em torno do pênalti que deu a vitória ao Grêmio sobre a Portuguesa no jogo de ontem. Os jornalistas Flávio Gomes e Arnaldo Ribeiro, da ESPN, em suas páginas no twitter, fizeram ataques raivosos ao Grêmio. Gomes apelou, inclusive, para palavrões e provocações chulas. Ribeiro pediu que monitorassem as ligações do presidente do Grêmio, Fábio Koff, para a CBF e Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol (Conaf). Porque tamanho destempero? O lance pode até ser considerado duvidoso, mas está longe de ser um "roubo" escandaloso. Na verdade, já assistimos esse filme. O grande Grêmio da era Felipão era perseguido pela imprensa paulista, inconformada com suas vitórias, especialmente contra o Palmeiras do período Parmalat. Os méritos do time não eram reconhecidos, e lhe foi pespegada a pecha de "violento". O curioso é que, depois de todos os ataques que sofreu, Felipão foi contratado pelo Palmeiras, levando consigo outros nomes daquele Grêmio vitorioso, como Arce e Paulo Nunes, e repetiu no clube paulista a mesma trajetória exitosa. Mais tarde, tornou-se técnico da Seleção Brasileira e conquistou o título da Copa do Mundo de 2002. Os que vociferam contra o lance de ontem, contudo, omitiram deliberadamente, os prejuízos causados ao Grêmio pela arbitragem, como o pênalti claro não marcado sobre Kléber no primeiro tempo e o gol injustamente anulado do mesmo jogador no início do segundo. Também nada referem sobre o fato de Bruninho estar impedido no lance do primeiro gol da Portuguesa. O Grêmio, em nota assinada por Fábio Koff, condenou a postura dos dois jornalistas, no que está muito certo. Porém, não basta que o faça. As manifestações de Flávio Gomes e Arnaldo Ribeiro ultrapassaram os limites do jornalismo, descambando para ofensas injustificáveis ao clube e ao seu presidente. Sendo assim, é imperativo que o Grêmio processe Gomes e Ribeiro. Jornalismo se faz com seriedade e profissionalismo, não com passionalismo e baixarias.

sábado, 7 de setembro de 2013

Vitória dramática

O Grêmio venceu a Portuguesa por 3 x 2, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Depois de um primeiro tempo fraco, que terminou empatado em 0 x 0, o Grêmio abriu uma vantagem de dois gols e deu a impressão de que poderia até golear, mas acabou cometendo graves falhas defensivas, que redundaram no empate. O jogo, a partir daí, tornou-se dramático para o Grêmio, e só foi decidido a seu favor com um gol que resultou de um pênalti duvidoso. Mesmo com a Portuguesa tendo dois jogadores expulsos na confusão que se seguiu à marcação do pênalti, o Grêmio continuou se deixando pressionar, e o alívio só veio com o apito final do árbitro. O técnico do Grêmio, Renato, destacou que a campanha do time nos últimos sete jogos pelo Brasileirão, com seis vitórias e uma derrota, é digna do Barcelona. Porém, se a campanha é boa, o futebol do Grêmio continua devendo. O time chuta pouco a gol, e não apresenta grande volume de jogo. A próxima partida, contra o Náutico, na Arena Pernambuco, não deverá apresentar maiores obstáculos para que a vitória seja alcançada. No entanto, para enfrentamentos de maior nível, o desempenho que o Grêmio está tendo poderá ser insuficiente.

Sem dificuldades

O Inter ganhou por 3 x 1, de virada, da Ponte Preta, hoje, no Moisés Lucarelli, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo tendo saído atrás no placar, o Inter não teve dificuldades para vencer. A Ponte Preta mostrou o porquê de ser a vice-lanterna do Brasileirão. Apenas quatro minutos depois de abrir o placar, sofreu o gol de empate. A vitória do Inter, a partir daí, aconteceu ao natural, diante de um time que afunda cada vez mais no rumo do rebaixamento, e está com seu ambiente muito convulsionado. Dessa vez, ao contrário do que aconteceu contra o Náutico, o Inter não se deixou surpreender por um adversário pouco qualiificado. Cumpriu com a sua obrigação, e venceu. Agora terá jogos na terça, quinta e domingo, num grande desafio à capacidade física do time. Os jogos, contudo, são bastante propícios para que o Inter acumule mais pontos. Serão contra Santos e Vitória da Bahia, em casa, e o Criciúma, no Heriberto Hülse. Ótimas oportunidades para o Inter subir na tabela.

Goleada

A Seleção Brasileira Brasileira goleou a Austrália por 6 x 0, hoje à tarde, no Mané Garrincha, em jogo amistoso. Foi uma partida das mais fáceis, diante de um adversário modesto, como o próprio placar demonstra. Ainda assim, a Seleção teve seus méritos. No tempo de Mano Menezes como técnico da equipe, por várias vezes, a Seleção teve desempenho fracos mesmos diante de adversários de pouca expressão. No jogo de hoje, a Seleção esteve focada e aplicada, chegando de forma natural ao resultado elástico. Alguns jogadores, por certo,  reforçaram seu prestígio junto ao técnico Felipão. São os casos de Jô e Luiz Augusto. Jô marcou os dois  primeiros gols e deu um lançamento precioso para Neymar fazer o terceiro. Luiz Augusto, afora seu futebol eficiente como volante, encerrou o placar marcando um golaço. O próximo amistoso será contra Portugal, terça-feia, em Boston. Será um jogo de maior exigência, mas Portugal não irá contar com seu maior astro, Cristiano Ronaldo, que está lesionado. A tendência é mais uma vitória da Seleção Brasileira. Ao contrário do período de Mano Menezes, quando teve vários tropeços, a Seleção começa a acumular vitórias, o que sempre aumenta a confiança da equipe. Na Seleção, felizmente,  os tempos são outros.

Degradação

As drogas são um flagelo social, isso não é novidade para ninguém. A dependência gerada por elas leva indivíduos e famílias a deterioração física e moral. Porém, mesmo que já se tenha tomado conhecimento de histórias escabrosas sobre o assunto, é impossível não ficar estupefato ao saber que, num dos bairros mais pobres e "barra pesada" de Porto Alegre, o Bom Jesus, após uma denúncia anônima, Anderson Machado Fonseca, de 25 anos, foi preso em flagrante ao tentar vender seu filho, um bebê de 11 meses, por R$ 10, para adquirir drogas. Como pode alguém chegar a tal nível de degradação? A simples ideia de vender um filho, por qualquer razão, já é absolutamente nauseante. Fazê-lo por um motivo tão torpe, cobrando uma quantia irrisória, é uma demonstração de que não há limites para a queda do ser humano quando mergulha no abismo moral. Como é possível uma pessoa decair tanto a ponto de, em nome da satisfação de um vício, tentar desfazer-se de um ser que dele descende? Para quem, como eu, acumula muitos anos de vida, as baixezas humanas já não causam tanto espanto, por ter testemunhado ou sabido de várias, mas um fato como este é, simplesmente, aterrador. Uma sociedade em que existam pessoas capazes de um ato tão vil, é reflexo da falência de um modelo civilizatório. Na proposta capitalista, adotada no mundo ocidental, há o estímulo ao individualismo exacerbado, à busca do sucesso pessoal. Em contrapartida, afrouxam-se os laços familiares e sociais, perde-se a noção de solidariedade. Incentiva-se o consumismo, a satisfação de aspirações. Isso gera um quadro social dividido entre vencedores e perdedores. Estes últimos se tornam excluídos, marginalizados, engrossando os bolsões de miséria dos grandes centros urbanos. Não se pode ter nenhum tipo de indulgência para com um homem que tenta vender um filho por R$ 10 para comprar drogas, só se pode defini-lo como um monstro. Igualmente severo deve ser o julgamento de uma sociedade capaz de abrigar em seu interior alguém assim, pois é uma demonstração clara de que nela já se perdeu a noção do que seja dignidade. A apologia ao consumismo e ao individualismo leva à coisificação do ser humano. Não nos coloquemos, portanto, na cômoda posição de quem, diante do fato aqui enfocado, apenas o recrimine e dirija uma série de impropérios ao pai desnaturado. Um ser tão degradado só pode surgir numa sociedade que perdeu a noção de valores e o sentido coletivo. Se não começarmos uma faxina nos nossos conceitos civilizatórios, monstruosidades como esta se tornarão cada vez mais frequentes, e acabaremos vitimados por uma escória decorrente de uma humanidade que caminha sem rumo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Proposições equivocadas

Muito se fala da necessidade de proceder uma reforma política no Brasil. Concordo que há muito o que se corrigir em se tratando do sistema político do país, mas temo que uma reforma possa agravar ainda mais esse quadro. Minha apreensão se robusteceu ao saber que, hoje, o grupo da Câmara dos Deputados que trata do assunto aprovou o fim da reeleição para cargos executivos e a coincidência das eleições em todos os níveis. Para se transformarem em lei, tais proposições precisarão ser aprovadas nos plenários da Câmara e do Senado. Espero que isso não aconteça. O chamado instituto da reeleição foi introduzido no Brasil de uma maneira torta. O então presidente Fernando Henrique Cardoso, agindo em interesse próprio para obter um segundo mandato consecutivo, comprou o apoio de 200 parlamentares e instituiu a reeleição para cargos executivos no país. Porém, ainda que tenha entrado na vida política brasileira de uma maneira tão pouco nobre, e sem o devido debate com a sociedade, a reeleição não é algo ruim. Pelo contrário. Ela dá a chance de quem faz um bom trabalho ser reconduzido, democraticamente, para o exercício de mais um mandato. Se, por outro lado, o desempenho do governante não for bom, o próprio eleitor trata de mandá-lo para casa. A ideia que está sendo aventada é de, acabando-se com a reeleição, ampliar o mandato dos cargos executivos de quatro para cinco anos. Outro erro. Muito mais correto é manter as regras atuais. Assim, se após quatro anos o governante não fizer uma boa administração, ele deixará o cargo. Com a nova proposta, ele ganharia um ano adicional para o seu mau governo. Os que são favoráveis ao fim da reeleição, por certo, argumentarão que ele impede o continuísmo, e que quem está no poder sai em vantagem numa nova disputa eleitoral por usar a máquina do governo em seu favor. Alegações frágeis. Dois mandatos sucessivos não caracterizam continuísmo. Isso é próprio das ditaduras, que não tem prazo para acabar. O uso da máquina por quem exerce o poder acontece em todas as funções executivas de qualquer atividade, e, de resto, mesmo que o governante não pudesse concorrer a reeleição seria feito em favor do candidato do partido situacionista. Afora tudo isso, o Brasil não pode ficar mudando as regras eleitorais a toda a hora. A reeleição foi instituída no país há menos de 20 anos, e é muito cedo para que se busque retornar ao antigo sistema, em cuja vigência o país enfrentou inúmeras turbulências e crises. A outra proposição equivocada aprovada hoje é a coincidência das eleições em todos os níveis. Isso faria com que só tivéssemos eleições a cada quatro anos, votando para todos os cargos, de vereador a presidente. A ideia é duplamente ruim. Primeiro porque tornará extremamente penosa a tarefa do eleitor de, numa só vez, escolher os ocupantes de tantos cargos. Em segundo lugar porque irá gerar um espaço demasiado longo entre cada eleição. O pensamento de que eleições de dois em dois anos, como ocorre atualmente, possam trazer algum tipo de incômodo ou inconveniente para o país só pode ter lugar nas mentes dos etenos inimigos da democracia. O Brasil lutou muito para poder ter de volta o direito de eleger, nas urnas, os seus governantes, que lhe fora surrupiado por uma ditadura espúria e assassina. Eleição não é problema, é solução. Sou contra ambas as propostas. Se as demais que forem sendo apresentadas tiverem o mesmo nível, é preferível não fazer reforma política alguma. Nada é tão ruim que não possa ficar pior.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma vitória muito aguardada

O Inter ganhou do Corinthians por 1 x 0, hoje á noite, no Estádio do Vale, pelo Campeonato Brasileiro. Era uma vitória muito aguardada. O Inter vinha de sete jogos sem vencer, uma derrota e seis empates. Curiosamente, com o resultado de hoje, o Inter passa a ser o clube que menos perdeu no Brasileirão, tendo apenas duas derrotas. O fato de ter ganho do Corinthians, um dos candidatos ao título, e que vinha de uma goleada sobre o Flamengo, dão um significado ainda maior para a vitória alcançada, afastando o princípio de crise que já se fazia sentir, e injetando ânimo para os jogos futuros. Não foi uma grande partida, pois Inter e Corinthians mostraram muita disposição e entrega, mas jogaram pouco futebol. O Corinthians sentiu muito as ausências de Guerrero e Alexandre Pato, que deixaram seu ataque com pouco poder de fogo. No Inter, o ataque também não se destacou. Scocco, que teve a chance de começar jogando, foi muito discreto, e Leandro Damião fez outra má atuação. No meio de campo, Otavinho, outro que ganhou a chance de iniciar uma partida, não repetiu o brilho de suas atuações quando entrava em meio aos jogos. D'Alessandro fez o gol da vitória, numa cobrança de falta, mas não chegou a ter um grande desempenho. Num jogo de grande rivalidade e com muita luta, o Inter voltou a vencer, e pode começar uma ascensão na tabela. Seu próximo jogo será no Moisés Lucarelli, contra a Ponte Preta, que está na zona de rebaixamento. Depois de uma forte turbulência, o Inter pode estar se encaminhando para dias mais calmos.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Atuação pífia

O Grêmio perdeu por 2 x 0 para o Goiás, hoje, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro. Ainda que se saiba que o Grêmio, que vinha de cinco vitórias consecutivas, não iria ganhar eternamente, o resultado foi muito frustrante, por várias razões. Embora o Goiás seja um time bem ajustado, e que está há muito tempo invicto nos jogos em casa, trata-se de um adversário capaz de ser naturalmente batido por um time como o Grêmio. A derrota iniciou-se com uma falha grotesca e imperdoável do goleiro Dida, que, com sua enorme experiência e quase 40 anos de idade, jamais poderia ser tão irresponsável. Em vez de dar um chutão para a lateral, ao receber uma bola atrasada de Mateus Biteco, Dida tentou encobriu Wálter para devolvê-la ao volante. Habilidoso como é, o jogador do Goiás aproveitou-se do erro de Dida e marcou o gol. Uma falha infantil de Dida. O segundo gol ocorreu imediatamente após o tècnico do Grêmio, Renato, retirar o zagueiro Gabriel para colocar o meia Máxi Rodriguez. Novamente, houve uma falha, dessa vez de Bressan, e mais um gol de Wálter. Como Gabriel só entrou no time porque Rhodolfo estava suspenso, e Bressan é titular, entende-se o critério que Renato utilizou ao ter de escolher um zagueiro para sair do time. Ocorre que o erro reside justamente aí. Não há como justificar a continuidade da condição de titular de Bressan, que tem falhado em todos os jogos. Para sorte do Grêmio, seus erros grotescos não vinham redundando em gols dos adversários. Cedo ou tarde, contudo, isso iria acontecer, e foi contra o Goiás. A culpa, nesse caso, não deve ser debitada ao jogador, mas a quem continua a escalá-lo mesmo com tantas falhas em sequência. Bressan está para o Grêmio como Ronaldo Alves para o Inter. Depois de muitas atuações desastrosas de Ronaldo Alves, o técnico do Inter, Dunga, finalmente, retirou-o do time. Até quando Renato pretende manter Bressan como titular, desafiando a sensatez? Toda e qualquer derrota causa abalos e afeta o ânimo de jogadores e torcedores. Mais do que para o Goiás, o Grêmio, hoje, perdeu para si mesmo. Foi apático e inoperante. Ao longo de todo o jogo, só criou uma chance clara de gol. Para piorar, dependendo dos demais resultados da rodada, o Grêmio poderá sair da zona de classificação para a Libertadores. Uma derrota, como se vê, que poderá ter sérias consequências, e que aconteceu muito mais por incompetência do Grêmio que por méritos do Goiás. Foi uma atuação pífia, que entristece a torcida e faz pairar a dúvida sobre a real capacidade do time de poder alcançar o título das competições que está disputando. Uma autêntica ducha de água fria.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A triste realidade do basquete brasileiro

O futebol é, há muito tempo, o esporte preferido da maioria dos brasileiros. Porém, não é o único esporte coletivo em que o país se destaca. O vôlei é, hoje, o segundo esporte na preferência dos brasileiros, e não para de obter novas conquistas internacionais. Porém, nem sempre foi assim. Houve uma época em que o basquete ocupou o segundo lugar no coração dos brasileiros. O maior momento do basquete no país foi quando a Seleção Brasileira masculina conquistou o bicampeonato mundial em 1959/1963. O Brasil continuou, depois daqueles títulos históricos, a revelar grandes jogadores, formar seleções fortes e manter sua condição de esporte número dois do país. Um outro grande momento foi vivido em 1987, com a conquista do título do torneio de basquete dos Jogos Panamericanos, em Indianápolis, numa vitória histórica sobre os Estados Unidos. O basquete brasileiro revelou grandes valores, ao longo do tempo, como Vlamir Marques, Amaury Pasos, Rosa Branca, Ubiratan, Hélio Rubens, Marcel, Oscar. No entanto, o basquete masculino, em determinado momento, perdeu o rumo. Enquanto a Seleção feminina colhia alguns resultados razoáveis, a masculina ficou de fora das Olimpíadas durante 16 anos. Depois da participação na edição de 1996, em Atlanta, só retornou em 2012, em Londres. O Novo Basquete Brasil, o campeonato brasileiro de clubes da modalidade, é uma iniciativa bem sucedida, implantada nos últimos anos. A Seleção masculina, contudo, não consegue reencontrar seu rumo. Mesmo com a contratação de um técnico experiente e vitorioso, o argentino Ruben Magnano, o quadro continua ruim. Atualmente, a Seleção masculina é lanterna de seu grupo na Copa América de Basquete, tendo perdido todos os três jogos que realizou, até agora, na competição, contra Porto Rico, Canadá e Uruguai. Antes uma aspiração de todo e qualquer jogador, a Seleção, hoje, é tratada com desprezo. As estrelas brasileiras que atuam na NBA, Anderson Varejão, Nenê e Leandrinho, pedem dispensa da Seleção, sistematicamente. Esporte que já deu muitas alegrias para o país, o basquete está numa triste situação. A atual administração da Confederação Brasileira de Basquete, presidida pelo gaúcho Carlos Nunes, prometia, ao assumir, novos tempos para a modalidade, depois do longo período em que a instituição foi comandada por Gerasime Bozikis, o Grego. Até agora, contudo, a revolução esperada não ocorreu, e o basquete brasileiro prossegue em sua decadência. Uma realidade muito triste, para um esporte que, em outros tempos, obteve tantas glórias.

domingo, 1 de setembro de 2013

Outro empate

O Inter empatou em 1 x 1 com o Coritiba, hoje, no Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o sexto empate consecutivo do Inter. A exemplo do que acontecera contra o Atlético Mineiro, o Inter não levou gols, mas também não os fez. Os nomes mais destacados do time, D'Alessandro e Diego Forlán, tiveram atuações pálidas, o goleador Leandro Damião não jogou bem, e Williams teve, talvez, seu pior desempenho com a camisa do Inter. Na verdade, o Inter só não foi derrotado porque a dupla de ataque do Coritiba, Bill e Geraldo, é de baixíssima qualidade. Bill chegou ao ponto de receber uma bola na marca do pênalti e bater de canela, no sentido contrário ao gol, como se fosse um zagueiro. Júlio César entrou no lugar de Bill, mas também nada acrescentou. Alex, maior destaque do Coritiba, exibiu sua conhecida técnica, mas, retornando de uma longa parada por lesão, teve uma atuação discreta e errou todas as cobranças de faltas, que são sua especialidade. A necessidade de obter uma vitória é urgente para o Inter, mas seu próximo jogo não será nada fácil. Seu adversário será o Corinthians, no Estádio do Vale. Corinthians que, hoje, goleou o Flamengo por 4 x 0, no Pacaembu. O curioso é que, mesmo com a série de resultados insatisfatórios, o discurso dos dirigentes segue carregado de confiança, e a imprensa lhe faz coro. Porém, a tabela de classificação não mente, e ela já mostra o Inter 10 pontos atrás do primeiro colocado do Brasileirão, o Cruzeiro. Entre as declarações e prognósticos cheios de otimismo, em relação às perspectivas do Inter na competição, e a realidade vista em campo, o fosso é cada vez maior.