sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Turbulência

Desde que o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff começou, em 1º de janeiro, o Brasil vive num estado de permanente turbulência. A inconformidade da oposição com a derrota nas urnas, os desdobramentos do "petrolão", a campanha sem tréguas da imprensa conservadora contra o governo, e a crise econômica, criaram um cenário de instabilidade, como há muio tempo não se via. Grupos saem à rua para pedir o impeachment de Dilma, outros fazem o mesmo para apoiá-la. Há quem defenda a renúncia da presidente. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, até pouco tempo o grande fantasma contra o governo, se vê acuado por denúncias de corrupção, e já há quem defenda o seu afastamento do cargo. O noticiário político transformou-se numa montanha russa, com seus principais personagens oscilando entre altos e baixos, na esteira de revelações que surgem  a cada dia. As instituições democráticas brasileiras nunca foram postas tão à prova como agora. Como se sabe, a democracia brasileira ainda é muito incipiente, tem apenas 30 anos contínuos, a partir de 1985, quando terminou a ditadura militar. Porém, ela tem demonstrado vigor nesse momento de instabilidade. Sejam quais forem os problemas que se apresentem no panorama político do país, o importante é que a normalidade institucional seja mantida. Crises devem ser superadas, não servir de mote para retrocessos e rupturas. Não é hora de aventuras. Até mesmo a imprensa internacional desaprova a ideia do impeachment. Está mais do que na hora de romper com a escalada de radicalização que se criou entre esquerda e direita no Brasil. Essa disputa tem de ocorrer nas urnas. Fora delas, cabe acatar os resultados por elas estabelecido, e, tanto em caso de vitória quanto de derrota, preparar-se para a próxima eleição.