segunda-feira, 1 de julho de 2013

A volta de Renato

Dois anos e um dia depois de sua saída, Renato Portaluppi está de volta ao cargo de técnico do Grêmio. Renato teve uma passagem com altos e baixos como técnico do clube entre 2010 e 2011. Chegou, em 2010, com o Grêmio mergulhado em uma crise e na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Realizou um segundo turno com desempenho espetacular, ficando com a primeira colocação nessa fase, encerrando a competição com o 4º lugar entre todos os participantes e classificado para a Pré-Libertadores. Em 2011, no entanto, o êxito não se repetiu. Renato continuou como técnico, mas teve de conviver com uma nova diretoria eleita para administrar o clube, que não desejava a sua permanência, mas que se curvou à vontade da torcida. O Grêmio perdeu seu maior destaque no ano anterior, Jonas, que foi para o Valência, e não contratou reforços de peso para a Libertadores, o que fez com que o clube fosse eliminado nas oitavas de final. Um pouco mais tarde, Renato perdeu um Campeonato Gaúcho que estava nas mãos do Grêmio. Após uma vitória sobre o Inter, no Beira-Rio, no primeiro jogo da decisão, por 3 x 2, permitiu que o adversário, no Olímpico, devolvesse o placar e ganhasse o título na disputa dos tiros livres da marca do pênalti. O técnico ainda ficou mais um tempo, mas os maus resultados no início do Brasileirão daquele ano, somados aos fatores já referidos, levaram à sua demissão. Depois de sair do Grêmio, Renato foi, logo a seguir, para o Atlético Paranaense, onde não teve sucesso, e ficou por pouco tempo. Desde então, não mais trabalhou, e usufruiu as delícias da vida no Rio de Janeiro, as quais aprecia muito. A volta de Renato apresenta prós e contras. Os prós são bem conhecidos. Ele é um ídolo incondicional do torcedor. Possui uma grande capacidade de mobilização dos jogadores, descontrai o vestiário, criando um clima de união no grupo. Os contras ficam por conta do excessivo empirismo de sua formação como técnico, agravado pela longa inatividade na função, sem que tenha aproveitado o período, ao que se saiba, para aperfeiçoar-se com estudos teóricos e estágios práticos. O que parece evidente é que a diretoria do Grêmio resolveu relevar os aspectos negativos e apostar nos positivos .O presidente Fábio Koff quer recuperar o tempo perdido com o ex-técnico Vanderlei Luxemburgo, a quem a torcida não mais suportava, e resgatar a parceria com ela trazendo de volta o seu maior ídolo. Koff busca, assim, obter um Grêmio de ânimo renovado, entusiasmado, em sintonia com o seu torcedor, exatamente o oposto do que vinha acontecendo com Luxemburgo. Concluída a reforma do contrato com a OAS, Koff quer dar início, finalmente ao Grêmio da Arena, o que ainda não aconteceu na prática. Para dar a largada exitosa na criação desse novo Grêmio, trouxe um ídolo eterno. Só o tempo dirá se dará certo, mas não há porque desqualificar a tentativa. Seja, mais uma vez, bem-vindo, Renato, e tenha muito boa sorte.