segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ruptura

O apoio da CBF para a realização da Copa Sul-Minas-Rio durou poucos dias. Influenciada pelo presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, a CBF colocou entraves burocráticos para confirmar o seu apoio, e exigiu a realização de uma assembleia com as federações estaduais para tratar da realização da competição, o que não foi aceito pelo executivo-chefe da Liga Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil. Em consequência, houve a ruptura da Liga com a CBF. Kalil afirmou que a Copa acontecerá, de qualquer maneira, em 2016, e que, na próxima sexta-feira, na sede do Cruzeiro, serão definidos os detalhes da sua realização. A Copa, que, inicialmente, teria apenas cinco datas, harmonizando-se com os campeonatos estaduais, agora, depois do rompimento entre as partes, poderá ter até dezenove. Essa queda de braço entre o poder instituído e uma liga insurgente é muito interessante e poderá acarretar em mudanças na carcomida estrutura do futebol brasileiro. A realização da Copa, em si, nem é o mais importante, mas sim a quebra do marasmo que envolve o futebol do país. Com ou sem a Copa, o primeiro semestre do calendário esportivo não pode ser ocupado em grande parte pelos anacrônicos e inexpressivos campeonatos estaduais, que só atendem aos interesses das federações. O ideal seria que o Campeonato Brasileiro, que tem o mesmo número de participantes e de rodadas que o Inglês, o Espanhol, o Italiano e o Francês, fosse disputado durante nove meses, como ocorre nesses países, e não comprimido em apenas seis e meio, como acontece atualmente. Seja como for, será interessante acompanhar o desdobramento dessa briga entre conservadores e reformistas do futebol brasileiro. Tomara que ela traga novos rumos para o esporte preferido do país, e que leve a avanços permanentes, ao contrário do que sucedeu com o Clube dos !3, que gerou mudanças que não se sustentaram, com tudo voltando para a estaca zero com o passar do tempo.