terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Vexame histórico

O fosso entre o futebol sul-americano e o europeu só faz aumentar. Antes, havia entre os dois um enfrentamento parelho. As Copas do Mundo apresentavam equilíbrio nas conquistas de cada lado, e nas diversas versões de campeonatos mundiais de clubes, acontecia o mesmo. Não é mais assim. Hoje, pela terceira vez desde que o Campeonato Mundial de Clubes adotou a atual configuração, em 2005, o representante da América do Sul foi derrotado nas semifinais da competição. O vexame histórico foi protagonizado pelo River Plate, atual detentor do título  da Libertadores, que empatou em 2 x 2 com o Al Ain, campeão dos Emirados Árabes Unidos, país sede da competição, no tempo normal e na prorrogação, e perdeu nos tiros livres da marca do pênalti por 5 x 4. Antes, o mesmo fiasco havia ocorrido com o Inter, o Atlético Mineiro e o Nacional de Medellín. O Inter, em 2010, perdeu por 2 x 0 para o Mazembe, então campeão africano. O Atlético Mineiro, em 2013, foi derrotado por 3 x 1 pelo Raja Casablanca, campeão do país sede da edição do Mundial de Clubes daquele ano, o Marrocos. O Nacional de Medellín, em 2016, foi goleado por 3 x 0 pelo Kashima Antlers, campeão do pais que sediou o Mundial na ocasião, o Japão. A globalização teve um efeito devastador sobre o futebol sul-americano. Atualmente, a América do Sul é mera fornecedora de mão-de-obra para o futebol da Europa. A disparidade econômica acabou com o equilíbrio histórico entre os dois contendores. O pior é que não há nenhuma perspectiva de que isso possa mudar.

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