quinta-feira, 9 de julho de 2015

Comemorações bizarras

A data de hoje, 9 de julho, é intensamente comemorada no Estado de São Paulo. Ela marca a passagem de mais um aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, quando os paulistas tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas, iniciado com um golpe de Estado em 1932. Entre os acontecimentos que, anualmente, marcam a efeméride, está, até mesmo, a principal prova do ciclismo brasileiro, denominada "Nove de Julho". O curioso, no entanto, é que, assim como a chamada "Revolução Farroupilha", de 1835, também muito festejada no Rio Grande do Sul, o movimento paulista fracassou. Separadas no tempo, considerando-se o seu início, por 97 anos, ambas as insurreições contra o poder central foram derrotadas. Porém, o orgulho bairrista de gaúchos e paulistas faz com que eles, até hoje, reverenciem as ditas "revoluções". São, portanto, comemorações bizarras, que brindam com feriados e atividades as mais diversas movimentos que não atingiram os seus objetivos. Esse bairrismo exacerbado, que festeja até iniciativas derrotadas, talvez explique, ao menos em parte, porque o Brasil não consegue se constituir numa nação. Falta sentido de unidade, de pertencimento. Não pode existir, em nenhuma unidade da federação, o sentimento de "somos nós contra eles". O Brasil somos todos nós, de norte a sul do país.

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