quarta-feira, 17 de junho de 2015

Embate decisivo

O Brasil está vivendo um embate decisivo em sua história. Os avanços duramente conquistados nos últimos anos estão ameaçados pelas forças do atraso. As elites predatórias, que desde 1500 saqueiam o país em nome da satisfação dos seus vis interesses, uniram-se na tentativa de sabotar um governo legitimamente eleito e ameaçar a ordem democrática. A grande imprensa, de mãos dadas com pastores evangélicos e políticos de trajetória nebulosa, empreendem uma campanha raivosa que visa desestabilizar o governo e, até mesmo, propor o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Diariamente, somos soterrados por uma montanha de lixo travestida de "informação" dando conta de que o país está tomado pela corrupção. Até parece que a corrupção foi inventada no Brasil nos últimos 12 anos. Cada nova denúncia é acompanhada de manchetes grandiloquentes do tipo "o maior escândalo da história do país". Recursos demagógicos e totalmente anacrônicos como o anticomunismo são revividos. Barbaridades são perpetradas no Congresso Nacional. Uma das mais recentes é a de tentar interferir na transmissão de conteúdos por parte dos professores nas escolas, visando impedir que mentes em formação recebam uma "lavagem cerebral ideológica". Há, também, jornalistas de extrema direita protestando pela inclusão obrigatória das disciplinas de filosofia e sociologia no currículo escolar, por entenderem que será um meio de incutir o "esquerdismo" nos alunos. Na verdade, não é a corrupção que assusta toda essa escumalha, pois ela sempre a praticou, e em muito maior grau do que aqueles para quem dirige suas acusações. O que os arautos do atraso não perdoam é que o Brasil, ainda que haja muito por fazer, tornou-se, nos últimos 12 anos, um país menos injusto e desigual, que 50 milhões de pessoas ascenderam socialmente, ingressando na faixa de consumo. Para os propagadores do golpismo, é insuportável ver ao alcance de milhões o que antes eram privilégios restritos a poucos grupos. O momento que vivemos é muito grave. As forças progressistas parecem paralisadas diante da gritaria fascistóide. Não podem permanecer assim. A defesa da democracia e das conquistas populares impõem uma resposta. Se eles gritam, há que se fazer o mesmo, e até mais alto. O que está em jogo é o futuro do país, se será de esperança ou de capitulação definitiva à injustiça e à desigualdade. O governo tem de abandonar sua timidez, pois está respaldado pelas urnas, e mostrar sua força. O Brasil está numa queda de braço entre os que querem construir um país melhor e os defensores da exclusão social. O futuro do país está em jogo. Há 51 anos, as mesmas táticas golpistas depuseram João Goulart, um presidente que desejava fazer reformas fundamentais para acabar com o atraso histórico do país, e impuseram  uma ditadura militar sanguinária. Essa história não pode se repetir. Chegou a hora de dar um basta no golpismo. O Brasil não pode caminhar para trás.

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