segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Saída pela porta da frente

Um fato chamou muito a atenção de quem esteve no sábado, na Arena, para assistir ao jogo Grêmio x Sport. No intervalo, o atacante Pedro Rocha, recentemente negociado com o Spartak Moscou, entrou em campo, acompanhado por seu pai, e acenou para os torcedores, despedindo-se deles, pois viajaria hoje para se apresentar ao seu novo clube. Pedro Rocha foi ovacionado pela torcida, e aplaudido de pé. Afora ser bonita e comovente, a cena vista no sábado é uma demonstração de como é possível fazer uma saída pela porta da frente no futebol mercantilista dos dias atuais. Ronaldinho é odiado pelo torcedor do Grêmio pela forma como saiu do clube, deixando-o a ver navios, sem nada receber por ele. Jonas também deixou o clube de forma traumática, forçando sua saída. Walace, idem. Pedro Rocha, ao contrário, saiu dignamente. Ele havia renovado o seu contrato com o Grêmio no início do ano. Com isso, proporcionou ao clube ganhar um bom dinheiro com sua venda, em vez de sair de graça seis meses antes do término de um contrato. Pedro Rocha soube defender seus interesses sem atropelar os do Grêmio. Dessa forma, saiu do clube de forma digna, e por isso obteve o carinho do torcedor. Se Ronaldinho saiu do Grêmio como um fugitivo, Pedro Rocha o fez de maneira digna, e as portas do clube sempre estarão abertas para ele. A atitude de Pedro Rocha é uma demonstração de que os altos interesses financeiros do futebol não são incompatíveis com a ética e a civilidade.

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