quinta-feira, 30 de junho de 2011

Renato

Renato não é mais o técnico do Grêmio. Se pediu para sair, como vem sendo divulgado, ou foi demitido, tanto faz. Desde o início, ficou claro que o presidente do Grêmio, Paulo Odone não tinha em Renato o técnico dos seus sonhos. Odone é adepto da idéia de que existe um futebol à moda gaúcha, feito de superação, garra, sacríficio e, principalmente, marcação forte e cuidados defensivos. Renato é a antítese de tudo isso. Afora isso, Renato tem um estilo descontraído, folgazão, na linha "chopinho em Ipanema e Leblon", como disse o próprio presidente em sua entrevista após o jogo contra o Avaí. Também isso não combina com Odone, um homem vaidoso e apreciador da hierarquia. Odone se viu obrigado a manter Renato, contratado pela administração anterior, porque o técnico pegou o Grêmio na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de 2010 e o classificou para a Libertadores, sem contar que é o maior ídolo da história do clube. Tudo que o presidente esperava era que se criasse uma oportunidade para a saída de Renato, o que acabou acontecendo com o desastroso empate em 2 x 2 com o Avaí, em pleno estádio Olímpico. Todos imaginavam uma vitória fácil do Grêmio, quem sabe, até, por goleada, mas ela não veio. Pior, aos 4 minutos do primeiro tempo, o Avaí fez 1 x 0. O Grêmio, a partir daí, mostrou-se um time confuso, sem esquema, cada um jogando por si, com atuações individuais calamitosas, como foi o caso, especialmente, de Lúcio e William Magrão. No segundo tempo, mesmo ficando com um jogador a mais em campo, o Grêmio sofreu o segundo gol, numa falha grotesca de Fábio Rockembach. A entrada de Miralles, que fez sua estréia, melhorou um pouco a produção do time que, no entanto, conseguiu apenas o empate, nos acréscimos, contra o lanterna do Brasileirão. O desfecho não poderia ser outro senão a saída de Renato, que não estava conseguindo fazer o time reagir. A culpa da diretoria por tudo o que vem acontecendo com o Grêmio dentro de campo em 2011 também é evidente, pois não deu a Renato um material humano qualificado, deixando de repor perdas como as de Paulão e Jonas, e não contratando reforços no início do ano. Porém, tudo isso é passado. O Grêmio precisa seguir em frente e, para isso, é muito importante a definição do novo técnico. Dentre os nomes que vem sendo cogitados, Celso Roth seria uma escolha absurda, e Adílson Batista uma insanidade. O melhor, entre os especulados, é Cuca, ainda que não tenha conquistado grandes títulos. Já quanto a Renato, no coração do torcedor nada mudou. Sua relação com a torcida e o clube segue indestrutível, como bem demonstraram suas lágrimas na entrevista de despedida. Renato é, e continuará sendo, o maior ídolo da história do Grêmio.

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