sexta-feira, 23 de março de 2012

Chico Anysio

O Brasil perdeu, hoje, um de seus maiores artistas: Chico Anysio. Em 80 anos de vida, foram 60 de carreira, dedicados à nobre tarefa de fazer rir. Não há nenhum exagero em dizer que Chico Anysio foi o maior humorista brasileiro. O Brasil é uma terra de grandes humoristas, mas nenhum outro foi tão longevo na atividade, nem criou tantos personagens quanto ele. Jô Soares, por exemplo, outro excelente comediante e exímio criador de tipos, há mais de 20 anos abandonou o humorismo e tornou-se um entrevistador. Chico Anysio deixa imensa saudade, em várias gerações. Muitas pessoas atravessaram a vida acompanhando o seu trabalho, rindo com os seus personagens. Chico fez tudo em matéria de humor, atuando no rádio, televisão, stand-up no teatro, escrevendo livros. Ajudou a lançar novos talentos cômicos e amparou veteranos quando esses eram esquecidos. Em sua celébre "Escolinha do Professor Raimundo" deu emprego a comediantes que, pela idade, iam sendo relegados ao ostracismo. A maioria deles já se foi, e agora, morre o próprio Chico, encerrando um ciclo no humor brasileiro. Um humor simples, direto, despretensioso, de grande alcance popular. Um humor sem grosserias, nem apelações de qualquer ordem. Foram 209 personagens criados por esse gênio da comédia. Muitos deles inesquecíveis como o já citado Professor Raimundo, Coalhada, Nazareno, Painho, Azambuja, Véio Zuza, Alberto Roberto, Roberval Taylor, Pantaleão, Justo Veríssimo, Tim Tones, Haroldo, o hétero, Tavares, Seu Popó. Chico Anysio fez rir tanto crianças quanto adultos. Seu humor não fazia distinções de público, estava ao alcance de todos. Permanecerão, em nossa memória, bordões e expressões como "calada","sou, mas quem não é", "eu quero que o pobre se exploda", "Alberto Roberto, o resto é figuração", entre outros. Pessoal e profissionalmente, Chico Anysio teve uma vida plena. Foram vários casamentos, muitos filhos e netos. Ao encerrar-se a sua trajetória, longa e exitosa, há de se constatar que Chico Anysio soube usufruir intensamente as possibilidades que a vida oferece. Por isso, sua morte não deve ser recebida com lamúrias, mas sim com imensa admiração por tudo que fez.

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