terça-feira, 28 de outubro de 2025
Megaoperação desastrosa
Uma ação contra o crime organizado com um saldo de 70 mortos. A única classificação que cabe para isso é de uma megaoperação desastrosa. Tamanho número de vítimas fatais, num mesmo dia, e o caos instaurado na rotina dos cidadãos, tornam a operação do governo fluminense contra o Comando Vermelho, nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, um exemplo do que não se deve fazer no combate do poder público ao crime organizado. As ações de represália por parte dos criminosos quebraram a normalidade da cidade, obstruindo vias, espalhando o terror em várias âreas, atingindo inocentes com balas perdidas, levando a suspensão de muitas linhas de ônibus urbanos. Várias regiões do Rio de Janeiro, num total de 35 pontos, tiveram a circulação afetada por barricadas montadas pelos criminosos com veículos e cônteineres de lixo. A ONU se declarou horrorizada com uma ação que gerou tão grande número de mortos. O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que não solicitou o auxílio do governo federal para a realização da ação por saber que não conseguiria a utilização de blindados, que só é possível com a instauração de uma GLO-Garantia da Lei e da Ordem, o que demandaria um decreto presidencial. Sabidamente, o governo federal é contrário ao uso da GLO. Porém, a ausência do pedido de auxílio é interpretada pelo governo federal como uma tentativa de politizar a questão. A operação de hoje resultou em 81 prisões e na apreensão de 95 fuzis, mas foi muito mal planejada e executada, gerando medo e transtornos para a população, o que não pode mais se repetir.
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