domingo, 6 de julho de 2025

O governo está saindo das cordas

Enfim, o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva resolveu reagir. Sitiado por um Congresso com maioria da direita, e uma imprensa aliada aos interesses das grandes corporações, o governo está saindo das cordas. A primeira atitude foi recorrer ao Supremo Tribunal Federal, contra a derrubada, pelo Congresso, do reajuste do Imposto Sobre Operações Financeiras - IOF. Como resultado dessa ação, o ministro Alexandre de Moraes marcou, para o próximo dia 15, uma audiência de conciliação entre as partes, que foi bem recebida por ambos os lados. Outra medida importante do governo foi difundir nas redes sociais a denúncia de que, ao derrubar o aumento do IOF, o Congresso está defendendo os interesses da parcela mais rica do país. A atitude surtiu efeito junto à a opinião pública, pois 61% da repercussão negativa sobre o assunto é atribuída ao Congresso, e apenas 11% ao governo. O fato é ainda mais significativo tendo em vista que os grandes veículos de imprensa atacam o governo, criando uma campanha desfavorável à administração e tentando fomentar uma insatisfação popular. A cantilena é sempre a mesma, ou seja, a de que o governo precisa cortar gastos públicos para que seja feito o "ajuste fiscal". Cortes de gastos públicos, da forma como é preconizada pelo Congresso, implicam em diminuição de recursos para saúde e educação, aumentando o já enorme fosso social do país. O governo está conseguindo fazer essa informação chegar ao público, o que levou a grande imprensa a acusá-lo de estimular o "nós contra eles", contrapondo pobres e ricos. Trata-se de uma postura cínica da "grande mídia", pois o abismo social é a grande chaga que se abate sobre o Brasil, desde sempre. O presidente Lula tentou, até onde deu, praticar uma conduta de não enfrentamento com o Congresso, em nome da governabilidade. Diante da radicalização da oposição, tentando acuar o poder Executivo, o governou deu sua resposta, o que já não era sem tempo. Os que apostam no caos para defender os interesses dos grandes grupos econômicos não terão a facilidade que esperavam para a concretização de seus planos.

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