sexta-feira, 16 de maio de 2025

O vai e vem da CBF

Mais uma vez, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo por decisão da Justiça, já que se valeu de uma assinatura falsificada para convocar a eleição na qual obteve o cargo. O vai e vem da CBF expõe, de forma constrangedora, o modo como é administrado o futebol brasileiro. O último presidente "ficha limpa" da CBF, foi Giulite Coutinho, que ocupou o cargo de 1980 a 1986, sendo o primeiro ocupante efetivo do cargo. Fundada em setembro de 1979, a CBF foi presidida, nos seus primeiros meses de existência, pelo Almirante Heleno Nunes, que exercia o mesmo cargo na extinta CBD. Desde a saída de Giulite, a CBF teve como presidentes homens envolvidos em ações nebulosas, corrupção, improbidade administrativa, assédio sexual. Um deles, Ricardo Teixeira, manteve-se no posto por um longo período, sustentado pelo sucesso esportivo, pois a Seleção Brasileira ganhou duas Copas do Mundo, 1994 e 2002, sob a sua presidência. Após a saída de Teixeira, o fracasso esportivo somou-se aos permanentes desmandos. Nomes como José Maria Marin, Marco Pólo Del Nero, Rogério Caboclo e Ednaldo Rodrigues ocuparam o cargo máximo da CBF, com resultados caóticos dentro e fora das quatro linhas. Destituído em dezembro de 2023, Ednaldo Rodrigues voltou ao posto um mês depois, por força de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Agora, tenta retornar pelo mesmo caminho. Mesmo que não obtenha êxito, não ocorrerão mudanças significativas no "modus operandi" da CBF com um novo presidente, seja quem for. A nova eleição determinada pela Justiça, anulando a que foi realizada há poucos dias, e que resultou num novo mandato para Ednaldo Rodrigues, será feita nos mesmos parâmetros da anterior, o que torna praticamente impossível a escolha de uma figura fora do sistema. Ainda assim, Ednaldo Rodrigues precisa ser afastado, definitivamente. Seu retorno ao cargo seria um acinte.

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