segunda-feira, 29 de abril de 2024
A venda de um clube
O ex-jogador Ronaldo Nazário vendeu sua participação na SAF do Cruzeiro, apenas dois anos e meio após a ter adquirido. A venda de um clube não deveria ser normalizada no futebol brasileiro. Na Europa, onde a transformação dos clubes em empresas já ocorreu há muito mais tempo, a aceitação por parte dos torcedores não é tão pacífica quanto a imprensa, sempre comprometida com interesses argentários, procura fazer crer. No Valladolid, por exemplo, clube espanhol também comprado pelo ex-jogador, os torcedores se mostram revoltados. Os clubes, no Brasil, sempre foram associações sem fins lucrativos. Foram alicerçados, e cresceram, na paixão popular. Sua transformação em estruturas transacionáveis, mudando de donos em troca de dinheiro, é mais uma triste herança do abominável governo Jair Bolsonaro. Ronaldo detinha 90% das ações da SAF, e o Cruzeiro, os outros 10%. Em seu período como "proprietário" do Cruzeiro, os resultados esportivos foram modestíssimos, incompatíveis com a grandeza histórica do clube. Poŕém, nos execráveis "tempos modernos", tudo é passível de comercialização. Até mesmo, a paixão popular.
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