Comportamento inaceitável

O jogo de sábado último entre Flamengo e Palmeiras, pela decisão da Supercopa do Brasil, encantou a todos em qualidade e emoção. Porém, o jogo foi manchado pelo comportamento inaceitável do técnico do Palmeiras, o português Abel Ferreira. Conhecido por seu destempero, Abel Ferreira, dessa vez, extrapolou. Mostrou um comportamento histérico desde os primeiros momentos do jogo, reclamando insistentemente da arbitragem. Como não poderia deixar de ser, acabou expulso. Desde então, sua postura tem sido analisada por programas de debates esportivos na tevê. Há quem releve os atos tresloucados de Abel Ferreira pelo fato dele ser um técnico vitorioso, o que se confirmou, mais uma vez, no jogo de sábado, em que o Palmeiras conquistou o título com uma espetacular vitória por 4 x 3. Por seu desempenho no Palmeiras, acumulando títulos desde que chegou ao clube, há pouco mais de dois anos, Abel Ferreira é defendido por muitos para ser o novo técnico da Seleção Brasileira. A ideia não é boa. Primeiro, porque a Seleção, a mais vitoriosa dentre todas, historicamente, chegou à essa condição com técnicos brasileiros. Em segundo lugar, porque a Seleção não pode ter um técnico destemperado e descontrolado emocionalmente. Menos mal que, mesmo antes do que ocorreu na Supercopa do Brasil, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já sinalizou que o temperamento de Abel Ferreira o descredencia a ser o substituto de Tite. Vitorioso ou não, Abel Ferreira tem de mudar o seu comportamento. O próprio técnico revelou, num programa de tevê, que até a sua mulher condena suas atitudes. Se não conseguir mudar sozinho, talvez seja o caso de buscar ajuda profissional. Como está, não pode continuar.