quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O freio de mão puxado de Bolsonaro

O país foi surpreendido, hoje, por uma nota do presidente Jair Bolsonaro em que afirma não ter tido a intenção de desrespeitar os demais poderes nas suas fortes declarações proferidas durante os atos antidemocráticos de domingo. A nota foi emitida depois de um encontro entre Bolsonaro e o ex-presidente Michel Temer, em Brasília. Temer chegou a colocar o ministro Alexandre de Moraes, a quem indicou para o Supremo Tribunal Federal, em contato telefônico com Bolsonaro. Na conversa, Moraes teria dito a Bolsonaro que age de maneira técnica em suas decisões, sem nenhuma predisposição contra o presidente e seus seguidores. O freio de mão puxado de Bolsonaro gerou diferentes reações. O "mercado" recebeu a atitude de forma positiva, com alta da bolsa de valores e queda na cotação do dólar. Os apoiadores de Bolsonaro, e seus defensores na imprensa, ficaram profundamente abalados, interpretando o gesto como covardia e capitulação. Porém, pouco depois da divulgação do texto conciliatório, Bolsonaro tornou a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, insistindo com a afirmação de que a urna eletrônica não é confiável, uma matéria que já é considerada vencida até pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente, ambos seus aliados. Portanto, que ninguém se iluda com o aparente recuo de Bolsonaro. Sua atitude foi a de um lobo em pele de cordeiro.

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