terça-feira, 1 de agosto de 2017

O maior de todos

As pessoas possuem a tendência de criarem listas estabelecendo quem é o melhor numa atividade ou cargo. Em geral, tais listas recaem em imprecisões, quer pela subjetividade das análises ou pelo período abraçado ser demasiadamente amplo. Há exceções, no entanto, que contemplam aqueles cuja obra é tão extraordinária que não deixa qualquer dúvida sobre sua condição de ser o melhor entre todos. Esse é o caso do ex-presidente do Grêmio Hélio Dourado, que faleceu, hoje, aos 87 anos. Hélio Dourado foi o maior presidente dos 114 anos de história do Grêmio. O senso comum dos que só enxergam superficialidades, dirão que essa condição pertence a Fábio Koff, que ganhou duas Libertadores e um Mundial de Clubes. Nada disso. Koff, que por sinal foi vice-presidente de futebol no primeiro ano de mandato de Dourado, assumiu um clube saneado e recuperado em sua autoestima. Dourado, ao contrário, encontrou um clube que acabara de ver o seu maior rival igualar a sua maior série de títulos estaduais e tornar-se campeão brasileiro pela primeira vez. Afora isso, o Grêmio estava em más condições financeiras e com um estádio mal conservado e inacabado. Nada disso desanimou Dourado, que foi á luta. Em seu primeiro ano como presidente, investiu fortemente no futebol, mas não conseguiu impedir o octacampeonato estadual do Inter, que ainda conquistou o bicampeonato brasileiro. No ano seguinte, com um time mais barato, mas recheado de veteranos desassombrados, foi campeão estadual. Paralelamente, começou as obras de conclusão do Estádio Olímpico, arrecadando sacos de cimento em caravanas promovidas pelos consulados do clube espalhados por todo o Estado. Conquistou mais dois títulos estaduais, e entregou o Olímpico concluído. No último ano de sua administração, ganhou o primeiro título de campeão brasileiro da história do clube, classificando-o, também de forma inédita na existência do Grêmio, para a Libertadores. Por todos esses feitos, e outros tantos, foi homenageado com o seu nome sendo dado ao Centro de Treinamento de Eldorado do Sul, dedicado às categorias inferiores do clube, e tornou-se o terceiro patrono da história do Grêmio. Uma trajetória inigualável, que fez de Hélio Dourado o maior de todos os presidentes do Grêmio.

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