sexta-feira, 6 de maio de 2016

O afastamento de Eduardo Cunha

O afastamento de Eduardo Cunha do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, e a suspensão de seu mandato de deputado federal, em decisão de ontem do Supremo Tribunal Federal, era o que o país inteiro esperava, há muito tempo. O que é intrigante é a demora para se tomar essa resolução. A ação julgada ontem foi protocolada em dezembro de 2015. Porque, então, só agora Eduardo Cunha foi afastado? A suspeita de que a decisão tenha sido procrastinada para permitir que Cunha levasse adiante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados é muito forte. Afinal, não faltavam motivos para remover Cunha de seu cargo. O Supremo Tribunal Federal tem oscilado entre a omissão ou a excessiva lentidão em tomar decisões. Sua postura está longe de atender as expectativas da população. Seu presidente, Ricardo Lewandowski, chegou a declarar que as pessoas esperam do Supremo mais do que ele pode dar. Não é verdade. Se levarmos em conta as cobranças que são feitas ao Supremo nas redes sociais, todas estão em consonância com as atribuições do tribunal. Se o Supremo Tribunal Federal não é capaz de corresponder às justas reivindicações da sociedade, então estamos diante de uma instituição inútil, pois é extremamente onerosa para os cofres públicos e não apresenta os resultados esperados. A resolução do Supremo em afastar Eduardo Cunha foi correta e veio ao encontro do desejo da opinião pública, mas pecou pela falta de celeridade.

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