Primeiro round

Foi aprovada hoje admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Era um fato esperado e, portanto, pouco significa em relação ao resultado da votação em plenário, que deverá ocorrer no domingo. O resultado da votação na comissão, inclusive, 37 votos a favor e 27 contra, foi bem mais apertado do que o esperado por muitos. Esse é um indício de que, no plenário, a disputa está longe de ser definida. Foi, apenas, o primeiro round. As centrais de boatos estão agindo a pleno, indicando os resultados mais díspares, mas parece evidente que a aprovação do impeachment, antes dada como certa, agora está seriamente ameaçada. O governo de Dilma Rousseff, ao contrário do de Fernando Collor de Melo, possui a sustentação de um partido forte, o PT, e o apoio de parcelas importantes da sociedade, como sindicatos, intelectuais, artistas e estudantes. Os indícios de que o governo terá os votos necessários para impedir o impeachment são cada vez mais fortes. Ainda que seja cedo para garantir qualquer definição, e que, até domingo, outros fatos possam interferir na decisão dos deputados federais, a tendência é que o afastamento da presidente não seja aprovado. Caso isso se confirme, será, sobretudo, uma preservação da democracia.