sábado, 9 de março de 2013

Insistência

A revista "Veja" segue, convictamente, defendendo o receituário neoliberal. Em sua última edição, depois de uma semana que foi marcada pela comoção dos venezuelanos com a morte do presidente Hugo Chávez, a revista traz, em suas páginas amarelas, uma entrevista com o economista Rodrigo Constantino, autor do livro "Privatize Já". Na entrevista, Constantino repete as mesmas afirmações de sempre da cartilha liberal, que não convencem ninguém que tenha seus neurônios em bom estado de funcionamento. Para Constantino, como não poderia deixar de ser, tudo o que acontece de ruim é culpa do governo. Em relação às empresas de telefonia celular, que acumulam queixas dos consumidores brasileiros, sustenta que os impostos arrecadados pelo governo encarecem as tarifas e reduzem os investimentos, e que o sinal das chamadas é ruim porque faltam antenas, o que seria causado pela demora da concessão de licenças de instalação. Constantino defende a privatização da Petrobrás. Entende que, desta forma, a empresa seria mais eficiente e rentável, acabariam as ingerências como o controle de preço da gasolina, e o Brasil seria de fato autossuficiente na produção de combustíveis. Perguntado sobre se não haveria o risco de substituir um monopólio estatal por um privado, no caso da Petrobrás, Constantino não titubeou. Respondeu que entre um monopólio estatal e um privado, prefere este último, pois, alega, sempre há formas de regulação para equilibrar uma eventual falta de concorrência. Constantino critica, também, a social-democracia, e declara que ninguém estará disposto a labutar de sol a sol para deixar 60% ou até 70% de sua renda na mão do governo. "Esfolar os ricos em nome de melhorar a vida dos pobres é uma falácia", afirma. Para Constantino, o governo deve concentrar seus gastos na melhoria da qualidade do ensino e, também, na infraestrutura. Menos mal que tal arenga, como tantas outras publicadas pela revista, cai no vazio. O eleitor brasileiro já deixou claro que seu caminho é outro. Para desconsolo de "Veja" e dos constantinos da vida.

Um comentário:

  1. Vou discordar! Rodrigo Constantino é perfeito em suas colocações. O inchaço do estado, ineficiente e corrupto por natureza, só faz extrair recursos da sociedade e alocá-los naquilo que o governo acha mais adequado, o que, invariavelmente, redunda em menos riqueza do que se aqueles recursos fossem alocados pela iniciativa privada. Esse fenômeno decorre das motivações do estado: a necessidade de reeleição dos políticos, de um lado, e a falta de vontade dos burocratas, de outro. Se essa é a escolha dos eleitores, como vc diz, então o nosso país está fadado à pobreza! E nem me venha citar a crescente redução das desigualdades, cuja motivação está se esgotando com o endividamento das famílias e com a inflação que vem crescendo, ainda que o crescimento do país seja pífio!

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