quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Saída inevitável

Desde que revelara ter votado no candidato do PSDB, José Serra, na eleição presidencial de 2010, ficou evidente que era questão de tempo para que Nélson Jobim deixasse o cargo de ministro da Defesa. Como se não bastasse tal declaração, totalmente inoportuna, Jobim foi mais adiante e, numa entrevista para a revista "Piauí", criticou as duas auxiliares mais próximas da presidente Dilma Roussef, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e a Secretária de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Sobre Gleisi, Jobim disse que "ela não conhece Brasília". Já Ideli foi adjetivada por Jobim de "fraquinha". As declarações, como não poderia deixar de ser, desagradaram Dilma, que intimou o ministro a pedir demissão, pois, caso contrário, ela própria o exoneraria. Jobim, então, foi para Brasília onde, num encontro que não durou mais de cinco minutos, entregou sua carta de demissão para a presidente. Ex- integrante do governo FHC e de estreitos laços com o PSDB, não havia razão para Jobim estar no ministério nos governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef. Sua atuação no cargo não deixará nenhuma saudade. Seu substituto já foi definido. Será o ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim. Sem dúvida, uma boa escolha. Amorim é um homem culto e preparado e, a despeito das críticas que sofreu da imprensa de direita, fez um ótimo trabalho nas Relações Exteriores. Com a troca de Jobim por Amorim, o Brasil só tem a ganhar.

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