terça-feira, 29 de março de 2011

Homofobia e racismo

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) é uma figura conhecida no parlamento brasileiro por suas posturas fascistas e antidemocráticas. Defensor ardoroso da ditadura militar, adota, permanentemente, um discurso marcado pelo machismo e arraigado conservadorismo. Dessa vez, no entanto, Bolsonaro extrapolou. Em participação num quadro do programa "CQC", da Rede Bandeirantes de Televisão, levado ao ar na noite de ontem, respondendo a uma pergunta, Bolsonaro afirmou que não corria o risco de ter um filho homossexual por ser um pai muito presente. Numa outra pergunta, feita por Preta Gil, sobre se admitiria que um filho seu casasse com uma negra, Jair Bolsonaro disse que não iria discutir promiscuidade com a cantora. Numa só ocasião, Bolsonaro mostrou-se homófobo e racista e seus destemperos verbais não podem mais ser tolerados. Preta Gil já declarou que pretende processá-lo, no que está muito certa. A Câmara dos Deputados não pode ficar indiferente ao fato e deve encontrar a forma adequada de punir Bolsonaro. Declarações tão odiosas e intolerantes não podem passar em branco. O que não consigo entender, porém, é como alguém que defende idéias tão reacionárias e torpes pode obter sucessivas reeleições. Bolsonaro é a prova de que as forças que levaram o país a passar por 21 anos de uma ditadura cruel, que, em seus porões, torturou e matou quem se lhe opunha, continuam atuantes. Saber que, no caso de Bolsonaro, isso se dá através do voto, é incompreensível.

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