Proposta corajosa

Em um momento de avanço da direita nos resultados das urnas, uma proposição de mudança nas relações trabalhistas está dividindo opiniões no país. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) lançou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando a extinção da escala 6 x 1 e diminuir a carga horária de trabalho para 36 horas semanais. A escala 6 x 1 estabelece seis dias trabalhados e um de descanso na semana. O modelo é adotado, principalmente, nos setores de comércio e serviços. Lançada por Erika Hilton em maio é, sem dúvida, uma proposta corajosa no atual momento brasileiro, em que a direita vem obtendo significativos resultados eleitorais. Porém, para começar a tramitar no Congresso, uma PEC precisa de 171 assinaturas de parlamentares. Ontem, após uma forte pressão popular pelas redes sociais, 134 deputados federais já haviam aderido. A escala de 36 horas semanais já é adotada em uma série de países, como Alemanha, Bélgica, França, Grã-Bretanha e Islândia, objetivando ganhos na produtividade e qualidade de vida. Como sempre, setores conservadores da sociedade, "especialistas" em relações do trabalho, e outras figuras afins, enxergam problemas na proposição, preocupados que estão com possíveis custos para os empregadores. A mobilização popular precisa continuar, para que se atinja o número de assinaturas necessário à tramitação da proposta. A partir daí, uma forte pressão terá de ser feita pelos trabalhadores para que se obtenha a aprovação da medida. Não será fácil, mas nada se consegue sem muita luta.

Começo fulgurante

O futebol brasileiro está assistindo ao surgimento de um técnico dos mais promissores. Tendo encerrado sua carreira como jogador em 2023, Filipe Luís já deu a largada em seu trabalho como técnico em janeiro de 2024, e teve um começo fulgurante de carreira. Primeiro, treinou a categoria sub-17 do Flamengo, sendo campeão da Copa Rio, no mês de junho. Foi então, promovido a técnico da categoria sub-20 e, em agosto, foi campeão mundial. No final de setembro, assumiu como técnico dos profissionais do Flamengo, no lugar de Tite, que havia sido demtido. Estreou no início de outubro, contra o Corinthians, pelas semifinais da Copa do Brasil, obtendo a classificação para a decisão. Ontem, conquistou o título da competição. Em menos de um ano como técnico, ganhou títulos em três categorias diferentes. Com um início de carreira tão positivo, e trabalhando no clube mais popular do Brasil, Filipe Luís, que tem o curso de técnico da CBF Academy, poderá, em médio prazo, vir a ser cogitado, até mesmo, para a Seleção Brasileira.

Título indiscutível

Não restou nenhuma dúvida sobre o mérito da conquista. A vitória do Flamengo por 1 x 0 sobre o Atlético Mineiro, hoje, na Arena MRV, fez do clube carioca o campeão da Copa do Brasil, um título indiscutível. O Flamengo venceu ambos os jogos da decisào. Hoje, mesmo lhe bastando o empate, o Flamengo foi em busca da vitória, que obteve com um golaço de Gonzalo Plata, aos 36 minutos do segundo tempo. Tecnicamente, o Flamengo é superior, ainda que o Atlético Mineiro também tenha boa qualidade. O placar agregado da decisão foi de 4 x 1 para o Flamengo, impedindo qualquer restrição ao título conquistado. Contando com jogadores como Arrascaeta, Gérson, Gabigol e Bruno Henrique, o Flamengo possui o melhor grupo do futebol brasileiro, e deixou isso claro, dentro das quatro linhas, nos dois jogos contra o Atlético Mineiro. Ao Flamengo resta, agora, buscar se manter entre os quatro primeiro colocados do Campeonato Brssileiro. O Atlético Mineiro terá a decisão de uma competição ainda mais importante, a da Libertadores, daqui a exatos 20 dias.

Emoção na reta final

O Campeonato Brasileiro terá apenas mais cinco rodadas após os jogos da Data Fifa, na próxima semana. Não faltará emoção na reta final do Brasileirão, seja no topo ou na parte mais baixa da classificação. Com os resultados de hoje, a diferença do líder, Botafogo, para o segundo colocado, Palmeiras, caiu para quatro pontos. A vantagem do Palmeiras sobre o terceiro colocado, Fortaleza, é de somente um ponto. Na luta contra o rebaixamento, Fluminense, Criciúma e Juventude estão empatados, com um ponto a mais que o Red Bull Bragantino, o primeiro clube na zona de queda. Como se vê, o argumento dos defensores do formulismo de que o sistema de pontos corridos carece de emoção, mais uma vez, não se sustenta. As rodadas restantes da competição terão jogos eletrizantes na busca do título, de classificação para Libertadores e Copa Sul-Americana, e fuga do rebaixamento. Com exceção de Atlético Goianiense e Cuiabá, que já estão virtualmente rebaixados, todos os demais clubes estarão lutando por objetivos. Dessa forma, as definições de posições poderão ficar em aberto até a última rodada, refletindo o equilíbrio de forças do futebol brasileiro, condição que não se vê em outros países.

Invencibilidade ampliada

Agora, já são 14 jogos sem saber o que é perder. O Inter venceu o Fluminense por 2 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e segue tendo sua invencibilidade ampliada. Diante de um adversário extremamente desfalcado, com vários titulares suspensos pelo cartão amarelo, o Inter soube tirar proveito e chegar a vitória de modo natural. O Fluminense conseguiu manter o placar sem gols até o intervalo. Porém, no segundo tempo, com um gol aos 6 minutos, e outro aos 51, o Inter chegou à vitória sem maior esforço. Com o resultado, o Inter ingressou, temporariamente, no grupo dos quatro primeiros colocados, mas com um jogo a mais que o Flamengo, que poderá superá-lo, novamente, quando realizar a sua partida em atraso com o Atlético Mineiro.

Acumulando derrotas

O que era previsto, se confirmou. O Grêmio perdeu para o Palmeiras por 1 x 0, hoje, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, e segue acumulando derrotas. Até agora, no Brasileirão, o Grêmio já perdeu 16 jogos, número só superado pelo lanterna Atlético Goianiense, que foi derrotado 19 vezes. O placar poderia ter sido elástico, tantas foram as chances de gol criadas pelo Palmeiras. Ao contrário, o Grêmio não teve nenhuma oportunidade clara de gol durante o jogo inteiro. A pressão incessante do Palmeiras, inclusive, gerou um falso herói, o goleiro Marchesin. Vários orgãos de imprensa o escolheram como o melhor jogador da partida, pelo grande número de defesas que realizou, um velho equívoco de anâlise da imprensa esportiva brasileira, pois os goleiros existem exatamente para fazer isso. Ademais, no gol do Palmeiras, Marchesin realizou uma defesa parcial que propiciou ao atacante adversário a facilidade para empurrar a bola para redes. Com o resultado negativo, o Grêmio terá, após a Data Fifa, um jogo decisivo contra o Juventude, na Arena. Se vencer, estará ,virtualmente, livre do rebaixamento. Caso não vença, viverá momentos de aflição até o final da competição.

Mudanças no calendário do futebol

O que era ruim, tende a ficar muito pior. Tendo em vista o novo Campeonato Mundial de Clubes, que terá sua primeira edição, com 28 dias de duração, entre os meses de junho e julho do próximo ano, mudanças no calendário do futebol brasileiro para 2025 estão sendo propostas pela CBF. Conforme as proposições da CBF, os campeonatos estaduais começariam já na primeira semana de janeiro. O Campeonato Brasileiro iniciaria em março. Tudo para que o Brasileirão possa parar durante a realização do Mundial, o que implicaria, também, em estender a competição pelo mês de dezembro. As férias dos jogadores, com isso, poderiam ser desdobradas em dois períodos. Ao que se sabe, os clubes já teriam aceitado as medidas propostas pela CBF, faltando, apenas, a aprovação das federações estaduais. As soluções propostas pela CBF em nada ajudam para melhorar o calendário do futebol brasileiro, pelo contrário. Com os campeonatos estaduais começando em janeiro, as férias dos jogadores ficariam comprometidas, e a pré-temporada dos clubes estaria inviabilizada. Em função disso, é provável que os grandes clubes comecem o ano poupando seus titulares, o que esvaziaria as já combalidas competições estaduais. A verdade é que o calendário do futebol, no mundo inteiro, está excessivamente inchado, e precisa enxugar o excesso de competições, em vez de criar novas disputas. A ganância de todos, FIFA, confederações continentais, federações nacionais e estaduais, clubes e jogadores, fez com que haja competições e partidas demais, o que abaixa o nível técnico das disputas, favorecendo a ocorrência de lesões, saturando o público pela oferta demasiada. Porém, reduzir o número de jogos implicaria em diminuir os valores pagos pelos direitos de transmissão e as verbas aportadas por patrocinadores, ou seja, resultaria em perda de recursos. Nessa hora, ninguém quer cortar na própria carne. No entanto, um dia a situação ficará insustentável, e o problema terá de ser resolvido.

Estupidez eleitoral

As razões para a volta de Donald Trump ao poder são objeto de análise de uma série de comentaristas políticos. Porém, sejam quais forem os motivos apontados, a vitória de Trump sobre Kamala Harris na eleição para presidente dos Estados Unidos, constitui-se num episódio de extrema estupidez eleitoral. Não há o que justifique, racionalmente, que uma pessoa vote em Trump. Tendo ocupado o cargo anteriormente, nem mesmo o efeito da novidade poderia contar em seu favor. Seu governo, de 2017 a 2021, foi péssimo, deixando o mundo em permanenre estsdo de tensão diante de sua prepotência e destempero. Derrotado na tentativa de reeleição, em 2020, Trump acusou, sem provas, a ocorrência de fraude nas eleições, e sua contestação ao resultado do pleito estimulou a invasão do Congresso americano, inclusive com perdas de vidas. Nenhum argumento de natureza social ou econômica é suficiente para que se aceite o voto em Trump. Os próximos quatro anos serão aflitivos para o mundo inteiro com Trump sendo, novamente, presidente do país mais poderoso do mundo. Votar é um ato de apreço à democracia, que deve ser feito com grande senso de responsavbilidade. Não pode ser fruto do ódio ou ressentimento. Deve levar em conta uma perspectiva de futuro, não só uma reação momentânea. Ao não observar condições como essas, o eleitor americano deu a vitória para um verme político. As terríveis consequências dessa escolha serão sentidas dentro e fora dos Estados Unidos.

Vitória protocolar

A possibilidade de um tropeço era mínima. O Inter venceu o Criciúma por 2 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, uma vitória protocolar. O Criciúma até ofereceu resistência mas, numa cobrança de falta de Alan Patrick, aos 42 minutos, o Inter abriu o placar. Ainda no primeiro tempo, aos 49 minutos, Felipe Vizeu foi expulso, inviabilizando, praticamente, qualquer chance de reação do Criciúma. No segundo tempo, com um jogador a menos, o Criciúma pouco conseguiu atacar. O jogo já se encaminhava para o final quando, aos 47 minutos, Wesley fez um belo gol, ampliando o marcador. Com o resultado, o Inter subiu, temporariamente, para o quarto lugar na classificação, mas um simples empate do Flamengo contra o Cruzeiro, amanhã, no Mineirão, o devolverá à quinta posição.

A vespera de uma eleição decisiva

Amanhã, um fato irá capturar a atenção do mundo. Hoje, vive-se a véspera de uma eleição decisiva não só no país onde será realizada, mas, também, para o resto do mundo. A eleição para presidente dos Estados Unidos será disputada entre Kamala Harris, mulher negra e de trajetória profissional brilhante, pelo Partido Democrata, e Donald Trump, ex-ocupante do cargo, do Partido Republicano. A vitória de um ou de outro trará consequências muito diferentes. Por ser o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos, ao elegerem um presidente, determinam efeitos que extrapolam as suas fronteiras. Por todas as razões imagináveis, a vitória de Kamala, atual vice-presidente, é o ideal. Em primeiro lugar, porque um candidato democrata sempre será melhor que um republicano. Afora isso, Kamala, caso seja eleita, seria a primeira mulher a ocupar o cargo, e a segunda pessoa negra, o que não é pouco. Se Kamala representa um sopro de renovação, Trump seria a repetição de um desastre, pois já foi presidente, e fez uma péssima administração. Dar ao cínico empresário um novo mandato caracterizaria um desatino, que fortaleceria a extrema-direita obscurantista no mundo inteiro. Um resultado que a humanidade não merece.

Título encaminhado

Nada está decidido, mas a Copa do Brasil já tem um provável campeão. Com a vitória do Flamengo por 3 x 1 contra o Atlético Mineiro, hoje, no Maracanã, o clube carioca está com o título encaminhado. O gol de Arrascaeta logo aos 10 minutos refletia uma superioridade que se estendeu por todo o jogo. O Flamengo sufocava o Atlético, que não conaeguia criar chances de gol. As dificuldades do Atlético aumentaram quando Gabigol ampliou o placar, aos 38 minutos. O segundo tempo começou na mesma toada, e Gabigol fez mais um gol aos 28 minutos. A goleada parcial tornava o segundo jogo apenas uma formalidade. Porém, aos 35 minutos, Alan Kardec, que havia entrado um pouco antes, descontou para o Atlético, mantendo suas chances na competição. Não será fácil reverter a tendência resultante do primeiro jogo, que é o título ser ganho pelo Flamengo, mas o Atlético, ao diminuir o tamanho da vantagem, abriu uma possibilidade de ainda buscar a conquista. Em sua história, o Atlético já reverteu confrontos até em situações piores, o que fará com que a sua torcida lote a Arena MRV em busca da difícil superação de um resultado muito desfavorável. O Flamengo jâ está com uma mão na taça, mas o Atlético mantém viva a chance de buscar o título. Para isso, terá de fazer uma atuação quase épica mas, no futebol, o impossível não existe.

No rumo do rebaixamento

Corinthians e Fluminense sofrem com a ameaça de queda de divisão desde o início do Campeonato Brasileiro. Porém, no momento, conseguiram sair da zona perigosa, já que outros clubes se movem no rumo do rebaixamento. Juventude e Athletico Paranaense foram despencando de rendimento ao longo do Brasileirão e, agora, faltando poucas rodadas para o fim da competição, parece improvável que obtenham uma reação. O Juventude, que estreava o técnico Fábio Matias, foi goleado por 3 x 0 pelo Fortaleza, hoje, no Alfredo Jaconi, e continua na zona de rebaixamento. O Athletico Paranaense, que havia deixado o grupo dos quatro últimos colocados na rodada anterior, retornou, ao perder por 2 x 1, de virada, para o Vitória, na Arena da Baixada. O Vitória, com o resultado, subiu para o décimo-segundo lugar, se distanciando da zona de queda. A situação de Fluminense e Corinthians ainda é bem perigosa, mas o desempenho ruim de outros clubes na reta final da competição poderá mantê-los na Primeira Divisão, ainda que suas campanhas não os façam merecedores disso.

Ponto precioso

A atuação não agradou, seguiu o padrão de muitas outras, mas o resultado foi bom. O Grêmio empatou com o Fluminense em 2 x 2, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, e obteve um ponto precioso para se manter distante da zona de rebaixamento. Com um gol de Braithwaite aos 25 minutos, o Grêmio abriu o placar. Aos 42, John Arias empatou para o Fluminense. Aos 20 minutos do segundo tempo, Kauã Elias virou para o Fluminense. O resultado parecia definitivo quando Reinaldo, de pênalti, aos 53 minutos, empatou o jogo novamente. O desempenho do Grêmio, principalnente no aspecto defensivo, deixou muito a desejar, mais uma vez. Porém, o importante é que o Grêmio mostrou poder de reação para buscar o empate no último minuto dos acréscimos. O ponto obtido é extremamente valioso nesse momento para ir afastando a possibilidade de rebaixamento.