Saída inevitável

Não poderia ser diferente. O técnico Dorival Júnior foi demitido da Seleção Brasileira, hoje, uma saída inevitável depois da goleada sofrida para a Argentina, na terça-feira. O novo técnico, ainda não foi anunciado. Faltando pouco mais de um ano para a Copa do Mundo de 2026, a Seleção está novamente sem técnico. Dessa vez, tudo indica que o novo contratado será um técnico estrangeiro, até pela escassez de opções entre os brasileiros. O italiano Carlo Ancelotti segue sendo o grande sonho do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, mas sua vinda é improvável. Assim, o mais cotado é o português Jorge Jesus. Na verdade, a contratação de um técnico estrangeiro é um pensamento mágico sustentado pela imprensa brasileira. Os problemas da Seleção não serão solucionados magicamente pela vinda de um técnico do exterior. A qualidade do material humano decaiu visivelmente. O fato de que a maior parte dos jogadores atua nos principais campeonatos nacionais europeus não é um atestado de qualidade. Muitos deles jogam em clubes pequenos e médios, como Wolverhampton, Aston Villa, Newcastle e Brighton, por exemplo. O maior nome da atual Seleção, Vinícius Júnior, mesmo tendo sido escolhido, recentemente, como o melhor jogador do mundo, está muito abaixo, tecnicamente, de grandes astros de outros tempos, como Romário, Ronaldo e Rivaldo. A falta de amistosos de preparação contra seleções europeias, a ausência de identificação dos torcedores com jogadores que nunca atuaram por clubes brasileiros, as poucas partidas realizadas no país, o baixo comprometimento de grande parte dos convocados com a Seleção, são outros problemas que a simples contratação de um técnico de fora não irá solucionar. A Seleção vive um momento sombrio, e não há perspectiva, em curto prazo, de que esse quadro venha a ser alterado.