quinta-feira, 2 de maio de 2024

Novo normal

A natureza está cobrando o seu preço pelas tantas agressões que sofre. A cruel e contínua degradação ambiental, movida pela ganância do capitalismo, resultou no novo normal, em que as tragédias climáticas, antes esporádicas, tornaram-se constantes. O que era exceção, agora é rotina. As enchentes que levaram o Rio Grande do Sul ao estado de calamidade pública são um exemplo disso. Desde setembro de 2023, é a terceira vez que o estado sofre com inundações. Uma frequência absurda em apenas oito meses. Resultado de uma série de fatores que degradam o meio ambiente, como o aquecimento global, o desmatamento, entre outros. Grandes enchentes ocorriam tão episodicamente que ficavam marcadas na história. Décadas transcorriam até que uma outra inundação de semelhante severidade acontecesse novamente. Agora, os que são atingidos por desastres climáticos, quando tem a sorte de sobreviver, não tem tempo de se recuperar dos prejuízos sofridos, pois logo são vitimados por outro, tão ou mais violento que o anterior. As vidas perdidas são irrecuperáveis. Os prejuízos materiais são altíssimos, e demandarão crescentes auxílios dos cofres públicos. Uma realidade amarga, com a qual se terá de conviver daqui por diante, e que causa um enorme dano psicológico coletivo. Nada que não pudesse ser previsto e, portanto, evitado. Porém, a busca desenfreada do consumismo e do lucro, típicas do capitalismo, levaram ao quadro atual. Não é uma fatalidade, mas a consequência das agressões ao meio ambiente. Cedo ou tarde, a natureza apresenta a conta.