segunda-feira, 24 de março de 2025

Um jogo de cartas marcadas

O futebol brasielleiro, fora das quatro linhas, parece imune a qualquer mudança. Hoje, em um jogo de cartas marcadas, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi reeleito, por unanimidade, para mais quatro anos de mandato. O detalhe que chama a atenção é que o atual mandato de Ednaldo só termina em 2026. Portanto, Ednaldo foi reeleito mas, até lá, estará cumprindo o último ano do período anterior. A eleição, como se vê, foi antecipada em um ano. O motivo para isso, ao que tudo indica, foi a intenção manifestada pelo ex-jogador Ronaldo de concorrer ao cargo. Se a data original da eleição fosse mantida, Ronaldo, que contava com a simpatia da imprensa e da opinião pública, teria um ano para trabalhar a sua candidatura. Há uma semana, Ronaldo anunciou a retirada de sua pré-candidatura, depois de quase todas as federações estaduais terem se negado a recebê-lo para ouvir suas proposições. Ronaldo declarou, na ocasião, que o sistema que sustenta a CBF é impenetrável. Verdade. A eleição de hoje pela manhã se deu por aclamação, com candidatura única, que recebeu os votos da totalidade dos eleitores, ou seja, as federações estaduais, e clubes da Primeira e Segunda divisões do futebol brasileiro. As federações têm voto peso 3, os clubes da Primeira Divisão, peso 2, e os da Segunda, peso 1. Dessa forma, não há espaço para mudanças na estrutura viciada do poder da CBF, que vai se eternizando, sem que se perceba uma brecha capaz de derrubá-lo.