quinta-feira, 16 de maio de 2024

Perdas no jornalismo esportivo

Num espaço de apenas doze horas, três duros golpes. Entre a noite de ontem e a manhã de hoje foram três grandes perdas no jornalismo esportivo. Primeiro, Washington Rodrigues, o Apolinho, depois Sílvio Luiz e Antero Greco. Em comum, afora a profissão, Apolinho, Sílvio e Antero tinham o carisma, a simpatia e a bonomia. Apolinho obteve fama como repórter, Sílvio na narração, Antero, nos comentários. A linguagem simples, de fácil entendimento, era outra característica dos três. Expressões de apelo popular, como "arquibaldos e geraldinos" marcaram a carreira de Apolinho. Sílvio notabilizou-se pelos bordões como "pelo amor dos meus filhinhos". Antero pela fala simples e constantes menções ao seu bairro de origem, o Bom Retiro, em São Paulo, reduto de descendentes de italianos, como era o seu próprio caso. Um típico carioca, Apolinho. Dois paulistanos, Sílvio e Antero. Representantes de um futebol e uma cobertura esportiva que não existem mais. Um futebol brilhante dentro das quatro linhas, com gênios e craques, alegre e irreverente fora delas. Hoje, no lugar de gênios e craques, há jogadores superestimados e mimados, e jornalistas esportivos de vídeo game, recheados de uma falsa erudição, se utilizando de um "tatiquês" pretensioso e sem conexão com o público. Com Apolinho, Sílvio e Antero vaí-se, também, um pouco mais do futebol raiz, trocado por um espetáculo de má qualidade e cifras astronômicas.

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