quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Equilíbrio

O equilíbrio marcou a decisão da Taça Piratini, o primeiro turno do Campeonato Gaúcho, hoje à noite, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo. Confirmando o que já havia ocorrido durante a competição, onde os dois clubes estiveram com o mesmo número de pontos até a disputa das quartas de final, Novo Hamburgo e Caxias empataram em 1 x 1 no tempo normal. Nos tiros livres da marca do pênalti o Caxias venceu por 3 x 2 e, assim, conquistou a Taça Piratini e tornou-se o primeiro finalista do Campeonato Gaúcho de 2012. No jogo, o Caxias foi melhor no primeiro tempo, que terminou com o placar de 1 x 0 a seu favor. No segundo tempo, o Novo Hamburgo dominou, chegou ao empate, mas não conseguiu a virada. A vitória na cobrança dos tiros livres da marca do pênalti talvez resulte de uma maior experiência do Caxias em decisões. O Novo Hamburgo chegou pela segunda vez a uma decisão de turno do Gauchão. A primeira havia sido em 2010, quando perdeu para o Grêmio, por 1 x 0, no Olímpico. Já o Caxias já vivera essa experiência em 1990, em 2008 e em 2011, afora já ter sido, até mesmo, campeão da competição em 2000. Isso pode ter pesado na hora das cobranças da marca do pênalti, que exigem frieza e controle emocional. O Caxias está, agora na cômoda posição de poder ser campeão gaúcho sem a necessidade de uma decisão, caso ganhe, também, o segundo turno. Se isso não acontecer, poderá alcançar o título da competição decidindo-a com quem vencer a Taça Farroupilha. Portanto, o Caxias já é, na pior das hipóteses, o vice-campeão gaúcho de 2012. Uma conquista merecida para quem precisou eliminar um dos grandes do futebol gaúcho, o Grêmio, para poder obtê-la. Tomara que o bom trabalho realizado até aqui tenha continuidade, e permita ao Caxias subir, ainda em 2012, para a Segunda Divisão brasileira.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Frustrante

O jogo da Seleção Brasileira, hoje, em Saint Gall, na Suiça, contra a Bósnia, repetiu o que tem sido os desempenhos da equipe sob o comando do técnico Mano Menezes, isto é, foi frustrante. A Seleção ganhou, mas com um gol contra marcado aos 45 minutos do segundo tempo. A partida, é bem verdade, não chegou a ser tediosa, como tantas vezes já aconteceu em apresentações da Seleção, foi até bem disputada, e a Bósnia é uma equipe com jogadores de boa qualidade, como acontece com quase todas as seleções de países surgidos da fragmentação da antiga Iugoslávia. Mesmo com todas essas ressalvas, no entanto, espera-se muito mais da Seleção Brasileira do que aquilo que foi mostrado no jogo de hoje. Algumas escolhas e esquecimentos de Mano Meneses são incompreensíveis. Fernandinho não é jogador de Seleção e, portanto, nem deveria ser convocado. Porém, Mano não apenas o convocou como escalou-o como titular, deixando Paulo Henrique Ganso no banco! Ronaldinho, que não joga nada desde 2006, continua sendo convocado e, mais uma vez, teve uma pífia atuação. Enquanto isso, Kaká e Robinho não são lembrados pelo técnico. Júlio César falhou  mais uma vez e já seria o caso de se pensar em outro goleiro para ser titular. Faltando pouco mais de dois anos para o início da Copa do Mundo de 2014, a Seleção Brasileira só tem definidas a defesa e a presença de Neymar no ataque. Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo formam uma das melhores defesas do mundo, e Neymar é o jogador de exceção da equipe. As posições restantes, no entanto, estão em aberto. Um quadro preocupante, pois, nessa altura dos acontecimentos, as definições deveriam ser bem maiores. Por tudo isso, não é de se afastar a possibilidade de que, até a Copa, o técnico da Seleção Brasileira venha a ser mudado.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Premiações justas

As premiações do Oscar 2012 mostraram-se corretas como há muito tempo não acontecia. Com exceção do Oscar de melhor canção original, dado para "Man or Muppet", do filme "Muppets", uma autêntica patriotada americana pois a outra música concorrente, "Real in Rio", do desenho animado "Rio", dos brasileiros Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, era bem melhor, as demais premiações acertaram em cheio. O filme francês "O Artista", ousadamente mudo e em preto e branco, venceu em três das principais categorias, ator, para Jean Dujardin, diretor, para Michel Hazanavicius, filme e, ainda, em trilha sonora original e figurino. Justo reconhecimento para um obra belíssima, que encanta o espectador do início ao fim. Merecidíssimos, também, os Oscars de atriz e atriz coadjuvante, para Meryl Streep e Octavia Spencer, respectivamente. Ambas foram aplaudidas de pé ao subirem ao palco. Meryl, possivelmente a maior atriz viva, ganhou seu terceiro Oscar, o segundo como atriz principal, pois também possui um como coadjuvante. Ela já foi indicada 17 vezes para o maior prêmio do cinema mundial! Já estava mais do que na hora de Meryl tornar a ganhar a estatueta. Seu desempenho como Margareth Thatcher no filme "A Dama de Ferro" é, simplesmente notável. Seu mérito é ainda maior porque o filme, como um todo, é fraco. O Oscar de melhor ator coadjuvante foi para Cristopher Plummer, outro que foi aplaudido de pé, que, aos 82 anos, tornou-se a pessoa mais velha a ganhar o prêmio. O filme "A invenção de Hugo Cabret", de Martin Scorsese, não levou os prêmios principais, mas ganhou cinco Oscars técnicos, num reconhecimento a uma produção primorosa. A festa do Oscar 2012 teve, portanto, uma premiação que reconheceu os melhores, num ano em que a magia do cinema foi reafirmada a partir das histórias contadas em "O Artista" e "A invenção de Hugo Cabret", dois filmes que reverenciam a chamada "sétima arte".

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tropeço

No jogo que deveria marcar o início de uma nova era para o clube, após a vitória no Gre-Nal e tendo a estréia do técnico Vanderlei Luxemburgo, o Grêmio, jogando fora de casa, tropeçou no Caxias, empatando no tempo normal em 1 x 1, e sendo derrotado, nos tiros livres da marca do pênalti, por 5 x 4. Se é verdade que, dadas as campanhas dos dois clubes na fase classificatória do primeiro turno do Campeonato Gaúcho, a eliminação do Grêmio pelo Caxias não configura uma injustiça, não há como negar que, após uma vitória afirmativa no Gre-Nal, o torcedor gremista viveu uma enorme frustração com o resultado. Frustração também deve ser o sentimento de Vanderlei Luxemburgo, que já enfrenta uma eliminação em seu primeiro jogo. O Grêmio esteve com a classificação na mão, pois saiu na frente no placar e tomou o gol de empate aos 39 minutos do segundo tempo. Porém, o resultado refletiu o equilíbrio que se viu em campo. No Grêmio, repetiram-se as virtudes e os defeitos. Kléber e Victor tiveram grandes atuações, a zaga falhou pelo alto mais uma vez, a falta de meias mais qualificados se fez sentir novamente. A preocupar, por ser um fato novo, as más atuações, pelo segundo jogo seguido, de Fernando e Marcelo Moreno que, no período de Caio Júnior, eram os dois únicos jogadores que se salvavam. Agora, é dar tempo para Luxemburgo mostrar seu trabalho. Já quanto à decisão da Taça Piratini, será entre os dois clubes de melhor campanha até aqui, Caxias e Novo Hamburgo, que, hoje à noite, ganhou do Juventude, num jogo emocionante, por 3 x 2, no Estádio do Vale. Justo, portanto.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Recomeço

O  jogo de amanhã à tarde contra o Caxias, fora de casa, marca o recomeço de 2012 para o Grêmio. A surpreendente vitória no Gre-Nal de quarta-feira, com um  técnico interino, eliminando o seu maior rival do primeiro turno do Campeonato Gaúcho, abre um novo horizonte para o clube. Em vez da falta de perspectivas da era Caio Júnior, o Grêmio já pode olhar com alguma confiança para o futuro. Não bastasse tudo o que o resultado do Gre-Nal lhe proporcionou, o Grêmio ainda terá, na partida de amanhã, a estréia do técnico Vanderlei Luxemburgo, um dos mais vitoriosos do Brasil. Nos próximos dias, novos reforços deverão chegar, para preencher as lacunas ainda existentes na zaga e no meio de campo. O jogo contra o Caxias é muito difícil, e o retrospecto recente demonstra isso, logo, não há nenhuma garantia de que o Grêmio sairá vencedor. Porém, pela primeira vez nesse ano, o Grêmio vai para um jogo sem estar cercado pela desconfiança e ceticismo quanto ao seu futebol. No mínimo, o clube já permite ao seu torcedor olhar para o futuro imediato com esperança, o que, diante do que vinha acontecendo, é um grande avanço. Com março já quase batendo à porta, 2012 vai, efetivamente, começar para o Grêmio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Clichês

Poucas coisas são mais desprezíveis do que os clichês, aquelas frases feitas, proferidas como grandes verdades, quase sempre de um conteúdo raso. Um exemplo disso ocorre, todos os anos, logo depois do Carnaval. Diversas pessoas enchem a boca para dizer: "Só agora o ano vai começar, verdadeiramente, no Brasil". A ideia que sustenta a frase é a de que, no Brasil, o jeito descontraído do povo faria com que os primeiros meses do ano, quando ocorrem as férias de verão e o Carnaval, fossem perdidos em termos de trabalho e produtividade. Afora o fato, já por si só execrável, de ser um chavão, a frase revela um pendor autodepreciativo tipicamente brasileiro. Na ãnsia de parecerem mais inteligentes, conscientes, ou qualquer coisa assim, muitos brasileiros disseminam a ideia, que é claro, se aplica aos demais e não aos enunciadores da frase, de que o país é habitado por um povo festeiro, indolente, pouco afeito ao trabalho, em contraste com os operosos moradores de outras paragens. Para tais pessoas, enquanto outros povos entregam-se ao trabalho e ao esforço em todos os dias do ano, o brasileiro cultiva o apego ao ócio. Trata-se de uma inverdade, carregada de preconceito, fruto daquilo que o dramaturgo Nélson Rodrigues definiu como sendo o "complexo de vira-latas" que acomete o Brasil. Não é verdade que o brasileiro trabalhe pouco. Nossa carga horária está entre as maiores do mundo ocidental. Na França, por exemplo, a jornada média é de 35 horas semanais, muito menor que a brasileira. Afora isso, o brasileiro recebe uma baixa remuneração, incondizente com o número de horas trabalhadas e o esforço dispendido. No entanto, apesar de tão sofrido e explorado, nosso povo traz, dentro de si, a vocação para a alegria. Num país ensolarado, de litoral tão extenso e clima tropical, a tendência para a extravasão e o divertimento é mais do que natural. Longe de nos diminuir, é algo que nos faz um país único, uma rota turística invejável, que atrai e seduz os que enxergam a vida por uma ótica menos ácida e arrogante. Em geral, os propagadores da frasesinha idiota não passam de patéticos exemplares de uma burguesia pretensiosa, que discorrem sobre a alegada preguiça alheia enquanto alternam petiscos com goles de espumante. O ano no Brasil começa e termina tal e qual nos outros lugares. A diferença, que, ao contrário do que se diz, nos é extremamente favorável, é que nosso povo não tem compromisso com o mau humor, a ranhetice, a sisudez, o amargor. Para aqueles que, por não gostarem do Carnaval, esse espetáculo belo e grandioso e tão tipicamente brasileiro, o utilizam como parâmetro para a sustentação de suas ideias preconceituosas e rasteiras, aplica-se a máxima presente na letra de uma música, conhecida por várias gerações, que diz que "quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça, ou doente do pé".

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Um revolucionário

O Carnaval do Rio de Janeiro tem um novo revolucionário. Depois de Joãozinho Trinta, recentemente falecido, que, nos anos 70, redesenhou o padrão dos desfiles das escolas de samba, introduzindo o luxo na avenida, Paulo Barros opera uma nova reinvenção desse espetáculo tão grandioso. Barros é o carnavalesco da Unidos da Tijuca, que, nos últimos três carnavais, foi  campeã em 2010 e 2012 e vice-campeã em 2011. Antes do período Paulo Barros, a escola conquistara um único título, em 1936. Se Joãozinho Trinta mudou o Carnaval com muito luxo, Barros abriu novos caminhos para os desfiles com muita criatividade, ousadia, coreografias e efeitos visuais. Suas comissões de frente costumam causar espanto e admiração no público, seus carros alegóricos são extremamente elaborados. Como toda e qualquer atividade, os desfiles das escolas de samba, que já existem há 80 anos, precisam se reciclar de vez em quando. No momento, quem estabelece o novo paradigma dos desfiles é Paulo Barros. Suas criações engenhosas já despertam a curiosidade, assim que termina um Carnaval, do que ele irá fazer no próximo. O título de campeã do Carnaval 2012 ganho pela Unidos da Tijuca fez jus ao imenso talento de Paulo Barros. Pessoas como ele é que fazem com que o Carnaval se reinvente ciclicamente, para continuar encantando aos que o assistem.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vitória magnífica

Nem o mais otimista dos torcedores do Grêmio poderia esperar pelo que se viu na noite de hoje, no Beira-Rio. O Grêmio, que se classificou em 4º lugar no seu grupo na Taça Piratini, o primeiro turno do Campeonato Gaúcho, e ainda assim beneficiado pelos pontos que foram retirados do Cruzeiro, venceu o Inter, primeiro colocado da outra chave, por 2 x 1. Afora a modesta classificação que obteve, o Grêmio ainda tinha contra si o fato de estar sendo treinado por um técnico interino. Porém, nada disso influenciou no que se viu em campo. Contra um Inter que era o franco favorito, com um time qualificado e entrosado, treinado por um técnico afirmado, o Grêmio sobrou no Gre-Nal. O placar poderia ter sido muito maior. Não fora a falha de Fernando, que resultou no injusto gol de empate de Leandro Damião, e o Grêmio poderia ter ganho com muito mais facilidade. Foi sobretudo uma vitória do conjunto, mas algumas individualidades se destacaram. Marco Antônio fez seu melhor jogo com a camisa do Grêmio. Kléber foi de uma notável combatividade. Victor fez uma defesa espetacular, já no final da partida, que garantiu o resultado. Júlio César trouxe de volta a qualidade que estava faltando na lateral esquerda. No Inter, as estrelas não brilharam. D'Alessandro nada fez de útil, limitando-se a reclamar da arbitragem. Leandro Damião, afora o gol, pouco contribuiu. Oscar também esteve apagado, e ainda perdeu uma chance clara de gol. Dagoberto só apareceu ao fazer o lançamento para o gol do Inter. O técnico interino do Grêmio, Róger Marques, deu um banho tático no treinador do Inter, Dorival Júniior. Foi um resultado surpreendente, pelo amplo favoritismo do Inter, mas absolutamente justo. Na verdade, saiu barato para o Inter, que poderia ter levado muito mais gols. Resta saber quais serão as consequências desse jogo em cada um dos clubes. O Grêmio, agora, vai enfrentar o Caxias, fora de casa, pelas semifinais da Taça Piratini, enquanto o Inter terá uma folga forçada. Pela primeira   vez em 2012 a tranquilidade está presente no Grêmio, a inquietação no Inter. Será que isso  irá persistir?  Só a sequência dos jogos poderá dizer.

A confirmação de Luxemburgo

Antes de mais nada, preciso esclarecer que, mais uma vez, por problemas tecnológicos alheios à minha vontade, esse texto não foi postado antes, como era minha intenção. Feito o registro, quero saudar a confirmação, por parte do Grêmio, da contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo. Para meu espanto, alguns integrantes da crônica esportiva do Rio Grande do Sul teceram reparos à contratação de Luxemburgo. Alguns alegaram que seus últimos trabalhos não foram bons. Outros, argumentaram que o técnico teve problemas fora do campo. Duvido que se Luxemburgo viesse para o Inter se ouviriam tais restrições. As críticas que lhe estão sendo feitas são carregadas de preconceito. Luxemburgo é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro. O simples anúncio da sua contratação gera impacto em todo o país e, certamente, refletirá no grupo de jogadores do Grêmio para a disputa do Gre-Nal de logo mais, pelo menos no diz respeito à condição anímica. O Grêmio, finalmente, agiu de forma coerente com o discurso de seus dirigentes, que declararam que, em 2012, iriam formar um time forte para voltar a conquistar grandes títulos. Nada mais adequado para isso do que trazer um técnico do nível de Vanderlei Luxemburgo.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Espetáculo fascinante

O desfile da escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro é reconhecido por sua beleza e esplendor. Claro, não falta quem não se agrade, pelos mais variados motivos. Uns, por não gostarem de Carnaval, outros pela associação das escolas de samba com os bicheiros, entre outros argumentos. Particularmente, faço parte do grupo dos que apreciam imensamente o desfile do Carnaval do Rio, ao qual já tive a oportunidade de assistir ao vivo, na avenida. A primeira noite de apresentações das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, em 2012, reafirmou o porquê do encantamento de tantas pessoas para com essa manifestação artística. Foi um espetáculo fascinante. Todas as sete escolas desfilaram em altíssimo nível. Os sambas-enredo tinham refrões contagiantes, as alegorias eram belíssimas, as comissões de frente exibiam criatividade, os componentes das escolas se apresentavam com muita empolgação. Foi uma noite de exibições niveladas por cima, como que para compensar o ocorrido em 2011, quando três escolas enfrentraram incêndios em seus barracões, o que comprometeu o brilho geral da festa. A expectativa para a noite de hoje, a partir do que se viu ontem, é muito grande. Se a segunda noite for tão boa quanto a primeira, será a disputa mais equilibrada em muitos anos. Só o mau humor crônico ou preconceitos de qualquer natureza podem fazer com que alguém não se deixe encantar pelo desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, uma manifestação magnífica do que o brasileiro é capaz de fazer em termos de arte e encantamento.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Mudança

A tendência colocada no texto de ontem, a saída do técnico do Grêmio, Caio Júnior, está por se concretizar, faltando apenas a confirmação, que deverá ocorrer na segunda-feira. A entrevista do gerente de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, após a derrota para o São José, dava todos os indicativos de que Caio Júnior seria demitido. Não há precipitação nessa medida, ao contrário do que dizem algumas vozes da imprensa. Mesmo com o pouco tempo de trabalho e com o grupo de jogadores ainda em formação, o técnico tinha de conseguir fazer com que o time mostrasse um minímo de futebol e organização. Isso não aconteceu. O Grêmio estaria pensando em trazer Vanderlei Luxemburgo para ser o seu novo técnico. Seria, sem dúvida, uma excelente contratação, pois Luxemburgo é um técnico vitorioso e afirmado, exatamente o que precisa um clube que se propõe a montar um time forte e retomar as grandes conquistas. A mudança de técnico poderá dar, enfim, algum alento para o torcedor gremista, que encarava 2012 com confiança, mas viu sua expectativa fraudada por derrotas e péssimas atuações. Talvez, agora, o ano possa, na prática, começar para o Grêmio, já que, até aqui, não se viu nada de positivo no trabalho desenvolvido no clube.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Pesadelo

Foi muito pior do que o torcedor mais pessimista do Grêmio pudesse imaginar. O que dizer para os heróicos torcedores que, mesmo com a transmissão direta do jogo pela tevê aberta, com um feriado prolongado, resolveram enfrentar um calor causticante, em vez de refrescarem-se em praias ou piscinas, para irem ao estádio apoiar o Grêmio, e o viram perder por 2 x 1 para o São José, no Passo da Areia? Como se imaginava, a goleada de 4 x 1 sobre o Santa Cruz fora enganosa. O Grêmio voltou a não jogar nada. André Lima, logo no início do jogo, perdeu um daqueles gols que qualquer um faria. Douglas Grolli, que costuma fazer gols lá na frente, mais uma vez esteve mal como zagueiro. O futebol de Gabriel continua perdido em algum lugar incerto e não sabido. Bruno Collaço e Marco Antônio foram inexpressivos como sempre. Kléber continua aparecendo mais pelas reclamações contra a arbitragem do que pelo futebol. Não se vê nenhuma contribuição concreta do técnico Caio Júnior para o time. Como único alento, a boa estréia de Souza, que entrou no segundo tempo. Com o resultado, o Grêmio ficou apenas em quarto lugar no seu grupo e terá de enfrentar, em jogo único pelas quartas de final do primeiro turno do Campeonato Gaúcho, o Inter, no Beira-Rio. O Inter jogando em casa e com os reservas, ganhou como quis do Pelotas por 3 x 1 e ficou em primeiro lugar no seu grupo. O Grêmio é um caos. Não tem time, seu  grupo ainda tem enormes carências e novos jogadores ainda estão por chegar. Enquanto isso, o Inter manteve a sua base, acrescentou bons reforços e se consolida cada vez mais como time. Porém, a torcida do Grêmio pode, pelo menos, esperar por mudanças. Pelo tom da entrevista do gerente de futebol Paulo Pelaipe, após o jogo, os dias de Caio Júnior estão contados no Grêmio. Pelaipe disse que o Grêmio não jogou nenhuma partida bem até agora, que o gol mal anulado de André Lima e a falta de reforços que ainda estão por chegar não servem de justificativas para a derrota, que com o time atual os resultados teriam de ser bem melhores, que a classificação só foi obtida porque o Cruzeiro perdeu seis pontos no tribunal, caso contrário o Grêmio teria ficado em quinto lugar e seria eliminado, e que mesmo uma vitória no Gre-Nal não irá se sobrepor a análise que está sendo feita do rendimento até aqui. Os indícios da saída de Caio Júnior são, portanto, muito claros. Se essa tendência se confirmar, o Grêmio poderá, aí sim, acalentar a possibilidade de viver melhores dias. Resta esperar para ver.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pacotão argentino

A promessa de que iria montar um time forte em 2012, e retomar a conquista de grandes títulos, está fazendo a diretoria do Grêmio apelar para soluções de resultados duvidosos. Após a tentativa frustrada da contratação de Giuliano, e diante da necessidade premente de trazer dois meias e pelo menos um outro zagueiro, o Grêmio poderá promover a chegada de um pacote de jogadores argentinos. Um deles já está contratado, o meia Bertoglio. O jogador vem por empréstimo, até julho, já com o valor de seus direitos econômicos fixados. A explicação para tal procedimento é de que o Grêmio não quer correr o risco de que aconteça com Bertoglio o mesmo que ocorreu com Miralles, que foi adquirido em definitivo, por um valor considerável, e não deu resposta. Particularmente, não concordo com a modalidade de contratação, nem com a justificativa. Um empréstimo de quatro meses é um prazo muito curto, e Miralles, na verdade, não foi suficientemente testado para que se conclua que sua contratação não deu certo. O Grêmio está em busca, também, de dois outros argentinos, o que configura o pacote a que me referi. São eles o meia Rodriguez, atualmente no Porto, e o zagueiro Burdisso, do Arsenal de Sarandi (ARG). Em comum, os três jogadores tem, afora a nacionalidade, o fato de serem jovens. Bertoglio tem 21 anos, Rodriguez, 26, e Burdisso, 23. No entanto, não são jogadores totalmente afirmados, que passem ao torcedor a confiança na formação de um grande time. A contratação de tantos argentinos pode, também, representar uma espécie de pensamento mágico, baseado no fato de que o Inter, que vem tendo grande desempenho, conta com quatro no seu grupo, Bolatti, Guiñazu, D'Alessandro e Dátolo. Não me parece, contudo, que a opção feita pelo Grêmio seja a melhor. Tomara que Bertoglio e, caso sejam contratados, Rodriguez e Burdisso, justifiquem suas vindas. Porém, bem melhor seria trazer jogadores já afirmados, a exemplo do que foi feito com Kléber e Marcelo Moreno. Para a zaga, nem seria preciso recorrer ao exterior. Bastaria buscar Antônio Carlos, do Botafogo, que é tão eficiente na defesa quanto na ação ofensiva, pois marca muitos gols, é experiente sem ser velho e, provavelmente, não custaria caro. O Grêmio vem contratando muito em 2012, mas ainda não conseguiu montar um time. A julgar pelas contratações que está buscando, não há indícios de que conseguirá fazê-lo.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O compromisso de Dilma

Em todo ano eleitoral, como é o caso de 2012, os partidos da chamada "base aliada" do governo federal, apressam-se em pedir ao presidente do país que se mantenha neutro na disputa, não apoiando abertamente qualquer candidato. Nesse ano, por se tratar de eleições municipais, a preocupação também se estende aos governadores. Em princípio, a reivindicação parece justa, pois evita que os mandatários desequilibrem a eleição e que façam uso da máquina pública em favor de um candidato. Porém, tal pedido não é feito em função da ética eleitoral, é apenas mais um item de barganha feito em nome da "governabilidade". Ora os ocupantes de cargos executivos, como os governadores e o presidente, são filiados a partidos políticos, sendo muito natural que declarem apoio a um correligionário. A presidente Dilma Roussef, ao que parece, já teria aceitado o pedido e se comprometido a não abrir seu apoio a candidatos da eleição de outubro. Seu antecessor no cargo, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, procedeu da mesma forma, quando no exercício do poder. Lula. aliás, é um capítulo à parte nessa questão. Já há políticos que, conscientes da enorme popularidade do ex-presidente, estão gestionando que ele também se mantenha neutro nas eleições municipais. A intenção é um disparate. Lula não é mais presidente e, portanto, não tem a obrigação de agir como um magistrado. Filiado que é a um partido, Lula tem todo o direito de voltar à condição de militante, podendo apoiar abertamente qualquer candidato. Por outro lado, se os argumentos para que Dilma se mantenha imparcial na eleição são ponderáveis, também é legítima a expectativa de candidatos de seu partido de que possam contar com seu apoio. Na verdade, numa democracia, todos tem direito à livre expressão de opiniões e pensamentos. Retirar essa condição de um governante, seja em nome do que for, é um ato incompatível com esse princípio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Melhor que a encomenda

A vida do Inter em 2012 segue mais tranquila a cada dia. Hoje à noite, no Beira-Rio, em jogo atrasado pelo Campeonato Gaúcho, venceu o Cruzeiro, ao natural, por 2 x 0, e ainda desperdiçou um pênalti. Dagoberto parece ter mesmo desencantado e fez um golaço que abriu o placar. Com o resultado, o Inter praticamente garantiu o primeiro lugar no seu grupo, o que deverá ser confirmado no jogo contra o Pelotas, sábado, novamente no Beira-Rio. As boas notícias continuaram para o Inter com a derrota do Santos para o The Strongest, em La Paz, por 2 x 1, de virada, pela Libertadores Com isso, se não perder para o Santos, fora de casa, no seu segundo jogo pela competição, o Inter tem grandes chances de ser o primeiro colocado no seu grupo e obter vantagens para a sequência da disputa. O ano está apenas no início, é verdade, mas para o Inter, até agora, transcorre sem sobressaltos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O salário dos brigadianos

Os governos estaduais costumam alegar falta de recursos quando se trata de conceder aumentos ao funcionalismo público, ao magistério e às polícias civil e militar. O governo do Rio Grande do Sul não foge à regra. Porém, não há argumento que possa explicar um dado que foi revelado numa matéria da edição dessa semana da revista "Veja". Conforme a publicação, entre as 27 unidades da federação, o salário inicial de um soldado da Polícia Militar no Rio Grande do Sul só supera o que é pago no Acre! Isso mesmo, o estado que tem a quarta economia do país paga para seus brigadianos o segundo pior salário das polícias militares. O salário inicial de um soldado da PM no Rio Grande do Sul é de R$ 1.375, pouca coisa mais que o pior do país, o do Acre, de R$ 1.299. Como entender que em Roraima o salário inicial de um soldado da PM seja de R$ 2.350, em Tocantins de R$ 3.057, e no nosso Estado o valor pago seja tão baixo? No estado vizinho de Santa Catarina, o valor pago é de R$ 2.650, ou seja, R$ 1.275 a mais do que no Rio Grande do Sul! Diante de tamanhas disparidades, fica muito difícil aceitar o argumento da falta de recursos em caixa para conceder aumentos para os brigadianos. Ainda mais em se tratando de um governo que criou novos cargos de confiança e enviou para a Assembléia Legislativa uma proposta de concessão do 13º salário para secretários estaduais. Junto com a saúde e a educação, a segurança é um dos deveres básicos do poder executivo para com a população. Com profissionais tão mal remunerados, o cumprimento dessa tarefa, em níveis satisfatórios, fica muito prejudicado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Critérios de uma homenagem

Ganhar uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood é, sem dúvida, um atestado de relevância para a carreira de qualquer artista. Porém, a concessão das estrelas não segue uma ordem cronológica, como seria de se esperar. Isso fica claro em relação aos Beatles, o maior grupo musical de todos os tempos. O primeiro a ganhar uma estrela individual foi John Lennon, em 1988, oito anos após a sua morte. Porque um mito da música da estatura de Lennon não foi agraciado ainda em vida? Mais inexplicável ainda é que os Beatles, como grupo, só receberam a sua estrela em 1998, 28 anos depois de sua separação! George Harrison foi o segundo beatle a receber a homenagem, em 2009, o que aconteceu, a exemplo de Lennon, oito anos depois da sua morte. Vale para George a mesma indagação feita em relação a Lennon, isto é, porque não o homenagearam em vida? Ringo Starr foi o primeiro beatle a ganhar uma estrela estando vivo, o que aconteceu em 2010. Porém, também aí se tem outro fato estranho. Ringo recebeu sua estrela dois anos antes da de Paul McCartney, o último beatle a ser agraciado, o que ocorreu na última quinta-feira, dia 9 de fevereiro. Ora, Paul era o maior hitmaker dos Beatles, teve a carreira solo mais bem sucedida entre os quatro e é o único do grupo a ter recebido o título de Sir. Porque, então, foi o último beatle a ganhar uma estrela na Calçada da Fama? Duvido que alguém possa explicar. Menos mal que, agora, a honraria já foi concedida tanto ao grupo como a cada um dos seus integrantes. A propósito, em mais uma prova do prestígio de Paul, cerca de duas mil pessoas compareceram à inauguração da sua estrela.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tranquilidade

O ano de 2012, para o Inter, tem sido marcado, até aqui, pela mais absoluta tranquilidade. O clube não teve maiores dificuldades para passar pela Pré-Libertadores. No Campeonato Gaúcho, jogando com reservas ou com o chamado time sub-23, colheu alguns maus resultados. Porém, nas duas partidas do Gauchão em que jogou com os titulares, obteve vitórias em ambas. A segunda delas foi hoje à tarde, no estádio Francisco Stédile, em Caxias do Sul, onde o Inter venceu o Caxias por 2 x 0. O Inter ganhou o jogo como quis. Foi superior o tempo inteiro. Marcou seu primeiro gol cedo, fez outro ainda no primeiro tempo e, no segundo, tratou de administrar o resultado. Jogadores como D'Alessandro e Oscar, de grande nível técnico, tem feito a diferença em favor do Inter, o que aconteceu, novamente, na partida de hoje. Dagoberto, cujo rendimento modesto vinha causando preocupações, desencantou e fez os dois gols do jogo. Leandro Damião, é verdade, ainda não recuperou o seu desempenho do ano anterior, mas isso não tem sido um problema para o Inter obter suas vitórias. Nenhuma nuvem parece turvar o horizonte do clube em 2012. Com um time qualificado, cuja base joga há muito tempo junta, o Inter se encaminha para superar amplamente o seu rendimento do ano passado. Enquanto seu maior rival, o Grêmio, enfrenta dias turbulentos, o Inter vive em total calmaria.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Goleada enganosa

O Grêmio goleou o Santa Cruz, de virada, por 4 x 1, hoje à noite, no Olímpico, pelo Campeonato Gaúcho. O resultado, no entanto, não deve servir para alimentar ilusões. O Grêmio chegou a estar perdendo o jogo por 1 x 0, diante de um adversário fraco. Seus zagueiros marcaram três dos quatro gols do time, dois de Naldo e um de Douglas Grolli, mas, na ação defensiva, que é o que lhes compete, foram, mais uma vez, muito mal. O Santa Cruz só não marcou mais gols em função de suas limitações técnicas, pois oportunidades não faltaram, já que o Grêmio lhe proporcionou diversos contra-ataques. Apenas um jogador foi, simplesmente, exuberante em campo: Fernando. O garoto vem jogando mais a cada partida e o técnico Caio Júnior tem razão ao prever que, em breve, ele deverá estar na Seleção Brasileira. Pena que, por ter levado o terceiro cartão amarelo, Fernando esteja fora do jogo do Grêmio contra o São José, no próximo sábado, no Passo da Areia. As duas vitórias em sequência, na quarta-feira e hoje, não podem levar o Grêmio ao equívoco de considerar que as coisas estão melhorando. O ambiente, é claro, fica mais distensionado com os resultados positivos, mas há muito para ser feito. O Grêmio terá, agora, uma semana para treinar até o seu próximo jogo. Como uma das reclamações de Caio Júnior é a falta de tempo para treinos, é de se esperar que esse fato proporcione ao técnico condições de dar uma maior contribuição para o time. Tomara que isso aconteça, pois o que se viu do trabalho do técnico do Grêmio, até agora, é, absolutamente, insatisfatório.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O 13º salário dos secretários

Certos projetos conseguem a façanha de unir, num mesmo lado, situação e oposição. Esse é o caso da proposta encaminhada pelo governo do Rio Grande do Sul à Assembléia Legislativa para que seja instituído o 13º salário para os secretários estaduais. O deputado Frederico Antunes (PP), por exemplo, diz que não vê problemas em conceder aos secretários a gratificação natalina e que o "anormal" é a quantidade de ocupantes desses cargos no governo do Estado. Atualmente, a propósito, o governo do Rio Grande do Sul tem 28 secretarias. Cada secretário recebe, por mês, R$ 11.564,76. O deputado Giovani Feltes (PMDB) destacou que os secretários recebem subsídios, e não salários, portanto não teriam direito ao 13º. Feltes, contudo, disse que o projeto, provavelmente, será aprovado, pois o governo dispõe de grande maioria na Assembléia Legislativa e não há movimentação da oposição para votar contra. Não é difícil imaginar o porquê do projeto contar com tão amplo apoio. Deputados estaduais são ocupantes em potencial do cargo de secretário, em qualquer governo. Assim, mais uma vez, nossos parlamentares legislam em causa própria, visando um possível benefício futuro. Duro é tentar convencer a opinião pública de que o governo do Estado tem enormes limitações financeiras que não lhe permitem pagar o piso estabelecido para os professores, nem remunerar melhor a Brigada Militar e, ao mesmo tempo, propor mais um mimo com dinheiro público para os ocupantes de cargos políticos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Início previsível

O primeiro jogo do Inter pela fase de grupos da Taça Libertadores da América de 2012 ficou dentro do previsto. Jogando no Beira-Rio, na noite de hoje, o Inter ganhou do Juan Aurich, do Peru, por 2 x 0. A vitória foi construída com um gol em cada tempo da partida e, quando já vencia por 1 x 0, o Inter ficou com um homem a mais em campo, pois o adversário teve um jogador expulso. O Juan Aurich pouco fez em termos ofensivos e, a partir do momento em que abriu o placar, o objetivo do Inter foi ampliá-lo, o que acabou conseguindo, já no final do jogo. Uma vitória sem sobressaltos do Inter, que só voltará a jogar pela Libertadores em março. Até lá, poderá dedicar um pouco mais de atenção ao Campeonato Gaúcho, competição na qual o seu maior rival, o Grêmio, faz uma campanha ruim. Pelo menos até agora, o ano tem sido muito bom para o Inter, com exceção das obras de reforma do Beira-Rio que continuam paralisadas. Afora isso, só boas notícias, com resultados favoráveis em campo e contratação de bons reforços. Enquanto o Grêmio se debate em aflições, no Inter a tranquilidade é uma constante. Pelo que se tem visto até aqui, na disputa Gre-Nal, 2012 não traz perspectivas de mudanças, pois, como vem acontecendo há muitos anos, o Inter está em ampla vantagem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Vitória inconvincente

A vitória do Grêmio por 2 x 1 sobre o Ypiranga, no Colosso da Lagoa, em Erechim, na noite de hoje, pelo Campeonato Gaúcho, valeu só pelo resultado. Foi mais uma atuação horrorosa do Grêmio. Nas laterais, Gabriel e Bruno Collaço foram inexpressivos. Na zaga, Naldo foi calamitoso. Douglas Grolli, idem, ainda que tenha marcado o gol da vitória. No meio de campo, Marco Antônio e Leandro, mais uma vez, foram invisíveis. No ataque, Kléber se limitou a tentar cavar faltas e a reclamar da arbitragem. Victor e Marquinhos tiveram uma atuação razoável. Mais uma vez, apenas Fernando e Marcelo Moreno apresentaram um desempenho muito bom. O Grêmio, no aspecto coletivo, é um deserto. Não há esquema definido, a dupla de zaga é péssima, o meio de campo é incompleto. O técnico Caio Júnior, não bastasse o trabalho abaixo da crítica que vem realizando, já dá mostras de descontrole emocional. Nem mesmo as duas ou três contratações que o gerente de futebol Paulo Pelaipe promete para os próximos dias irão alterar significativamente esse quadro. O Grêmio, reitero o que já havia escrito anteriormente, errou ao contratar Caio Júnior e, quanto mais tempo levar para admitir isso e trocar o técnico, mais prejuízos sofrerá. Um clube da grandeza do Grêmio não pode ter um time que mostre tão pouco futebol como tem acontecido até aqui, nem que ganhe com tanta dificuldade de um adversário tão fraco como é o Ypiranga atualmente. Manter o técnico por mais tempo é prolongar a agonia da torcida, que a vitória de hoje à noite está longe de poder amenizar. Está na hora da diretoria do Grêmio ter a humildade de rever o caminho que foi traçado e fazer uma correção de rumo. Só o assim o Grêmio poderá fazer com que 2012 não seja mais um ano marcado por fracassos e ausência de títulos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma garota de 50 anos

O ano de 2012 marca a passagem dos 50 anos da criação de uma música que se tornou um dos maiores sucessos de todos os tempos, "Garota de Ipanema". A música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes é a segunda em arrecadação de direitos autorais, só perdendo para "Yesterday", dos Beatles, composição atribuída à dupla Lennon e McCartney, mas de autoria, apenas, de Paul. "Garota de Ipanema" não é, como se vê, uma música de sucesso somente no Brasil. Tornou-se um standard da música internacional. No disco "Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim" o notável cantor e um dos compositores que a criaram, interpretam-na num dueto histórico. "Garota de Ipanema" tornou-se uma obra atemporal, que atravessa gerações, sendo constantemente regravada aqui e lá fora. Sua letra, exaltando a beleza da mulher brasileira, no cenário tão característico da famosa praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, serve como um símbolo da imagem que o país projeta para o mundo, de sensualidade e lindas paisagens. Por ser, como já foi dito, atemporal, essa garota não envelhece, mesmo chegando aos 50 anos. Shows já foram programados para festejar o aniversário da célebre composição. Outras formas de comemorar esse jubileu de ouro, por certo, irão ocorrer ao longo do ano. Homenagens mais do que merecidas a uma música que, exaltando encantos tipicamente brasileiros, nos fez mais conhecidos no mundo todo, ajudando a diminuir o que Nélson Rodrigues chamava de nosso "complexo de vira-latas".

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Auxílio-tablet

O desembargador Ivan Sartori, que tomou posse hoje como novo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, defendeu a instituição do chamado "auxílio-tablet", isto é, uma verba extra para que os magistrados adquiram tablets, notebooks  e netbooks, que, no seu entender, são recursos indispensáveis para que desempenhem a contento a sua atividade. Sartori autorizou o auxílio e justificou que nem foi uma ideia sua, mas sim de seu antecessor no cargo, a qual, apenas, levou a efeito. O valor do auxílio, em si, nem é tão significativo, R$ 2.500 a cada três anos, sob a forma de reembolso. Porém, se utilizado pelos mais de 2.500 magistrados do estado de São Paulo, implicará numa despesa de R$ 6,2 milhões. Assim, mais uma vez, o dinheiro público é usado para criar "auxílios" que permitam aos poderes da República desenvolverem melhor as suas atividades. Os parlamentares, por exemplo, contam, além do polpudo salário, com uma série de verbas e vantagens extras tais como auxílio-moradia, franquia postal, cota de combustível, passagens áereas. Até mesmo uma verba para assinatura de publicações lhes é concedida! Ora, porque um parlamentar não pode assinar jornais e revistas com dinheiro do seu próprio bolso? Na mesma linha de raciocínio, porque os magistrados tem de recorrer ao dinheiro público para adquirir computadores e assemelhados, em vez de fazê-lo com seus próprios ganhos? Porém, partindo de Sartori, a criação do "auxílio-tablet" é bem coerente, pois ele declara, nas páginas amarelas da edição dessa semana da revista "Veja", que o salário de um juiz, R$ 24 mil, não está a altura do cargo. O desembargador, para sustentar seu argumento, diz que um alto executivo de uma empresa privada ganha R$ 80 mil por mês e que o salário do presidente da Petrobrás deve ser superior a R$ 45 mil. Para quem considera R$ 24 mil um salário insuficiente, é bastante lógica a criação da verba de auxílio para aquisição de tablets e computadores. Difícil é explicar isso para quem nem sonha em ganhar tal quantia a cada mês, mas é chamado a financiar mais essa "mamata", ou seja, o pobre e indefeso contribuinte brasileiro.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Perspectivas sombrias

O Gre-Nal de hoje à noite, no Olímpico, qualquer que fosse o seu resultado, nada traria de bom para o Grêmio. Nem uma vitória, até mesmo de goleada, serviria para muita coisa. Afinal, o Grêmio jogava com o time titular, em seu estádio, contra um Inter que, com exceção do goleiro, colocou em campo os seus reservas. Porém, como nada é tão ruim que não possa piorar, o Grêmio conseguiu a "façanha" de empatar com o descaracterizado Inter, por 2 x 2, em pleno Olímpico! Não há como imaginar que o Grêmio de 2012 possa "encaixar", como se costuma dizer no jargão do futebol. Os equívocos são muitos. A escolha do técnico foi o primeiro erro. Caio Júnior não tem um bom currículo e, para quem, como foi o caso dos dirigentes do Grêmio, prometeu um time forte e um ano de retomada das grandes conquistas, a opção por seu nome soa incompreensível. A saída de Saimon do time e a manutenção de Douglas Grolli é outro fato absurdo. Grolli fez, hoje, o seu segundo gol contra nos últimos três jogos. Seu único atributo como zagueiro é ser alto. Tecnicamente, contudo, é muito fraco. A venda de Douglas, sem que houvesse um substituto já contratado, é outro desatino. A utilização de Leandro no meio de campo, sem que ele tenha característica para jogar no setor, é algo, também, inaceitável. A insistência em escalar Marco Antônio, sem que o jogador dê qualquer resposta, é outro atentado ao bom senso. O Grêmio pode continuar se enganando, se quiser, e pagará um preço alto por isso. A desculpa de que o trabalho está no início, de que a pré-temporada foi curta, e outras alegações do gênero, não convencem. Todos os grandes clubes brasileiros passaram por isso e, mesmo assim, muitos deles estão obtendo bons resultados em seus jogos. Se o Grêmio quiser salvar o ano, terá que agir energicamente e de forma rápida. Afora buscar os reforços que a própria diretoria admite que ainda são necessários, é preciso mudar o técnico. Pior do que cometer um erro é persistir nele. O Grêmio errou ao trazer Caio Júnior. Está na hora de alterar o rumo da situação. Com Vanderlei Luxemburgo livre no mercado, a solução é por demais óbvia.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A palavra do secretário

Anteriormente, já manifestei minha opinião sobre a questão que envolve o estádio que sediará os jogos da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre. Até hoje não entendi o porquê da escolha do Beira-Rio, que precisava ser reformado, quando era de conhecimento da CBF que o Grêmio iria construir um estádio inteiramente novo, totalmente dentro dos padrões estabelecidos pela Fifa. O argumento de que a escolha foi feita por que um estádio já existia e o outro era apenas um projeto não se sustenta. O Brasil foi escolhido para sediar a Copa de 2014 sete anos antes da realização da competição, e um estádio não precisa mais do que dois anos para ser erguido. Tanto é verdade, que o estádio do Corinthians, que sediará os jogos da Copa em São Paulo, não existia nem como projeto quando o Brasil foi designado para abrigar o evento. Porque optar por um estádio velho, que trem de sofrer adaptações, em vez de um novinho em folha? Retorno ao assunto porque o secretário municipal da Copa de 2014, João Bosco Vaz, preocupado com o fato de que há mais de 200 dias as obras de reforma do Beira-Rio estão paralisadas, já acena com a possibilidade de o novo estádio do Grêmio, que será inaugurado em novembro, ser o local dos jogos da Copa em Porto Alegre. Vaz disse que se, até março, as obras do Beira-Rio não reiniciarem, não terá problemas em pedir à Fifa e ao Comitê Organizador Local, que os jogos sejam realizados na Arena do Grêmio. "Se tivermos que ir à Fifa pedir para tirar o Beira-Rio e botar a Arena vamos fazer isso, porque o evento é muito maior", declarou Vaz. O secretário ainda foi mais longe. "Se a Fifa dissesse para nós: "Olha aqui, anote o plano B", já tínhamos escolhido a Arena para a Copa das Confederações. Não teríamos perdido a Copa das Confederações", declarou João Bosco Vaz. Pois é, por uma escolha de estádio absurda e incompreensível, Porto Alegre já ficou sem jogos pela Copa das Confederações. Agora, se nada for feito, acabará perdendo, também, a condição de uma das cidades que sediará jogos da Copa.  A influência política do Inter nos bastidores, apelando até para o fato de que o governador do Estado e a presidente da República são torcedores do clube, e a vaidade de seus dirigentes, que não querem cometer um vexame diante da opinião pública, afora outros interesses bem pragmáticos, impediram, até agora, que se adotasse a solução devida para o impasse. Essa é lógica e cristalina. Deve-se designar o novo estádio do Grêmio para os jogos da Copa de 2014 em Porto Alegre. A cidade já perdeu a Copa das Confederações e não pode sofrer um novo e irreparável prejuízo ficando de fora da Copa do Mundo. Está na hora de consertar um erro, para não ser definitivamente derrotado por ele.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Os ministros continuam caindo

Mais um ministro do governo da presidente Dilma Roussef, o 7º em pouco mais de um ano de administração, deixou o cargo. Dessa vez foi o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP. O ministro pediu demissão por estar envolvido, a exemplo de cinco dos seis outros afastados, em denúncias de corrupção. O curioso é que Negromonte saiu, mas o cargo continuou com seu partido. Para o seu lugar foi escolhido o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A prova de que a mudança é apenas de nomes, e não de procedimentos, é que, assim que Ribeiro foi confirmado como ministro, surgiu a acusação de que ele destinou, como deputado federal, mais de R$ 800 mil em emendas para Campina Grande (PB), onde sua irmã é candidata a prefeita neste ano, e também enviou verbas para Pilar, município administrado por sua mãe. Como se vê, há muito mais preocupação com a "governabilidade" do que com o combate á corrupção. Isso, contudo, não traz problemas para o governo. A popularidade de Dilma é alta e não há sinais de que venha a cair nos próximos meses. A maioria dos eleitores dá pouca importãncia para os ministros. No Brasil, há o culto a figura do mandatário. Se o povo entende que o país vai bem, a popularidade do presidente sobe, independentemente de denúncias ou escândalos envolvendo membros do governo. Por natureza, o brasileiro é personalista, valoriza quem exerce o poder, não a administração como um todo. Dessa forma, Dilma pode ficar tranquila. Escãndalo algum no seu governo vai derrubar sua popularidade. O eleitor blindou a presidente em relação a fatos nebulosos ou suspeitos, assim como já havia feito com seu antecessor, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Enquanto os números da economia e da geração de empregos forem bons, os ministros podem, todos, deixarem seus cargos, que, ainda assim o governo continuará gozando de amplo apoio popular. Se a oposição quiser ter alguma chance nas eleições para presidente, em 2014, vai precisar bem mais do que forçar a queda de ministros.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Vitória magra e a saída de Douglas

O Grêmio venceu o São Luiz, de Ijuí, hoje à noite, no Olímpico, por 1 x 0, mas não convenceu. Kléber marcou o único gol da partida, numa belíssima jogada de Marcelo Moreno, mas a atuação do time como um todo, mais uma vez, deixou muito a desejar. Antes de marcar o gol, Kléber já havia desperdiçado um pênalti. O jogo valeu apenas pelo resultado e, ainda assim, o Grêmio continua, mesmo com a vitória, fora da zona de classificação de seu grupo no Campeonato Gaúcho. Um ponto positivo a ser ressaltado foi a segunda grande atuação consecutiva de Victor, indicando que ele talvez possa voltar a ser o goleiro seguro de outros tempos. No lado negativo, mais uma atuação abaixo da crítica de Marco Antônio, que não tem sabido aproveitar as chances que recebe para se firmar no time. Com o que vem mostrando em campo, o Grêmio não inspira confiança para o Gre-Nal de domingo. Independentemente do time que o Inter escalar, a partida tende a ser muito difícil para o Grêmio, mesmo jogando em casa, com o apoio da sua torcida. A verdade é que o trabalho do técnico Caio Júnior não aparece, nem dá sinais de que se possa esperar por uma melhor produção do time. Para piorar o quadro, o Grêmio vendeu Douglas para o Corinthians. Embora fosse criticado por muitos, Douglas é um jogador de grande técnica e sua saída empobrecerá ainda mais o time do Grêmio. Conforme o gerente de futebol Paulo Pelaipe, o Grêmio ainda está em busca de um zagueiro e dois meias. Ora, convenhamos, faltando pouco mais de um mês para a estréia na Copa do Brasil, o Grêmio já deveria estar com seu time pronto, e não em busca de três titulares. No entanto, dependendo do que acontecer no Gre-Nal, muito coisa poderá mudar no Grêmio. Afinal, é bom lembrar que o técnico Vanderlei Luxemburgo, como se previa, foi demitido pelo Flamengo, e está disponível no mercado.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Favoritismo confirmado

O Inter confirmou o seu favoritismo e está classificado para a fase de grupos da Libertadores, após empatar, hoje à noite, em Manizales, na Colômbia, com o Once Caldas, em 2 x 2. O Once Caldas fez 1 x 0 logo a 1min30s de jogo, cobrando um pênalti. O time colombiano, contudo, não soube manter nem ampliar a vantagem, cometendo, também, um pênalti, pouco depois, que determinou o empate. O Inter passou a frente, numa bonita jogada, e o Once Caldas empatou, logo a seguir, em outro lance de bela feitura. O primeiro tempo terminou empatado e o placar, no segundo tempo não foi movimentado, pois o Once Caldas esbarrou nas suas limitações técnicas e no nervosismo com o tempo que ia passando. O Inter já terá jogo pela Libertadores na quinta-feira da próxima semana, contra o Juan Aurich, do Peru, no Beira-Rio, uma partida que se prenuncia fácil. O grupo do Inter é o mesmo do Santos, mas, como se classificam dois clubes por chave, isso não deve causar maiores problemas. Resta saber, agora, se o Inter irá colocar o time reserva no Gre-Nal de domingo, o que é bastante provável. Seja como for, conforme já havia colocado num texto há poucos dias, 2012 começa do mesmo modo que 2011 e todos os últimos anos, isto é, inteiramente favorável ao Inter na rivalidade com o Grêmio. Para os que são gremistas, torcer, hoje em dia, não é apenas o exercício de uma paixão, é um ato de heroísmo.